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Em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (19/5), servidores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmaram a atuação de Silvinei Vasques, chefe da corporação
durante as eleições de 2022, para interferir no processo eleitoral. O coordenador de análise de inteligência do órgão, Adiel Pereira Alcântara, confirmou a existência de uma força-tarefa
para mapear os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O servidor ressaltou que Silvinei Vasques tinha uma proximidade exagerada com o governo de Jair Bolsonaro e citou a
pressão para as abordagens indevidas a ônibus no dia da votação. “Ele cobrou fotos das abordagens dos ônibus aos superintendentes. Eu era muito crítico à gestão do Vasques porque ele estava
muito próximo do ex-presidente e vinculando a imagem da corporação ao ex-presidente", disse Alcântara durante a audiência das testemunhas de acusação da ação penal sobre a tentativa de
golpe de Estado. "Eu ouvi que era ordem esse policiamento direcionado. Foram as nuances que fui juntando e cheguei a essa conclusão. Ele estava fazendo uma polícia de governo, não de
Estado. Ele queria militarizar a PRF”, completou o servidor. Analista de inteligência da PRF, Clebson Ferreira de Paula Vieira disse que ficou “perplexo” diante dos pedidos da delegada
federal Marília Alencar. Ele disse que havia um “desespero” da cúpula em coletar informações sobre os locais onde Lula tinha mais votos, e Bolsonaro, menos. Segundo ele, a orientação da
chefia era que a corporação deveria "tomar um lado", por determinação do diretor-geral. Na denúncia apresentada ao Supremo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta os
indícios de que as blitzes da PRF atuaram para tentar prejudicar a votação do segundo turno das eleições presidenciais de 2022 no Nordeste. À época, a corporação era comandada por Silvinei
Vasques. Segundo Adiel Pereira Alcântara, a ordem foi reiterada pelo então diretor de inteligência, Luís Carlos Reischak Júnior, em novo encontro que reuniu diretores de inteligência dos
estados. "Nessa reunião, o inspetor Reischak pegou esse pedido de apoio da diretoria de inteligência e repassou para as unidades regionais de inteligência. Ele repassou essa
determinação do inspetor Djairlon, diretor de operações, para os ‘Ceints’ (chefes de serviços de inteligência dos estados)", declarou. O depoimento do ex-comandante da Aeronáutica
Carlos de Almeida Baptista Junior também estava previsto para esta tarde. No entanto, ele pediu para alterar a data da oitiva e teve depoimento remarcado para a manhã de 21 de maio. O
depoimento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também estava agendado, mas foi dispensado tanto por Gonet quanto pela defesa responsável pela indicação. SIGA NOSSO CANAL NO
WHATSAPP E RECEBA NOTÍCIAS RELEVANTES PARA O SEU DIA As testemunhas se referem ao núcleo 1 da tentativa de golpe. Segundo a Procuradoria, o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha ciência e
participação ativa em uma trama golpista para se manter no poder e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Também é descrito um plano de assassinato contra
autoridades e o apoio aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 como a última cartada do grupo criminoso.