Mpf é contra soltura de bruno

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Os dois anos do assassinato de Eliza Samudio, completados nesta semana, representam também quase dois anos de prisão do goleiro Bruno Fernandes, 27, acusado de ser o mandante do crime. Para


complicar ainda mais a situação do jogador, o Ministério Público Federal (MPF) se manifestou contrário ao pedido de liberdade de Bruno, que está para ser julgado em última instância. O órgão


considerou qu<CW5>e Bruno é extremamente perigoso e que sua soltura poderia influenciar os demais réus do caso. O parecer, só divulgado ontem, foi emitido em 2 de fevereiro ao Supremo


Tribunal Federal (STF) e servirá de base para a decisão do STF. Em sua análise, a subprocuradora geral da República, Cláudia Sampaio Marques, afirma que a prisão do goleiro é legítima,


"em prol da ordem pública". </CW>Segundo ela, a periculosidade de Bruno fica evidente no modo como ele teria matado Eliza. "Os crimes foram perpetrados com requintes de


crueldade e frieza, em verdadeira afronta à ordem pública e ultraje à vida do ser humano, além do total desrespeito aos poderes repressivos do Estado", declarou Cláudia Sampaio. O


parecer, segundo o MPF, serve como importante instrumento de análise no julgamento do habeas corpus, que está nas mãos do ministro do STF, Cezar Peluzo, e será julgado, a qualquer momento,


pela 2ª Turma do Supremo. O pedido da defesa do goleiro pode, inclusive, entrar na pauta de julgamentos de hoje. A assessoria de imprensa do STF informou que o parecer é tido pela Corte como


uma opinião qualificada, mas não quer dizer que essa também será a decisão dos três ministros que compõem a 2ª Turma. Os advogados do goleiro, Rui Pimenta e Francisco Simim, não foram


encontrados ontem à noite para comentar o parecer do MPF. TENTATIVAS. Desde que assumiram a defesa do jogador, em dezembro passado, os advogados apostaram em diversas estratégias para tirar


Bruno da cadeia. Recentemente, pela primeira vez nesses dois anos, passaram a admitir que Eliza Samudio está mesmo morta. A linha de atuação contraria a antiga versão, que tentava


desqualificar o crime pelo fato de o corpo nunca ter sido encontrado. Na nova estratégia, Pimenta e Simim defendem que Luiz Henrique Romão, o Macarrão, braço-direito do jogador, era


apaixonado por Bruno e que, motivado pelo sentimento homossexual, teria matado Eliza. O assassinato, conforme concluiu a polícia no inquérito, aconteceu porque a jovem exigia o


reconhecimento da paternidade do filho, hoje com 2 anos e 3 meses. O advogado de Macarrão, Leonardo Diniz, considera a teoria infundada. "É uma afronta à moral". Apesar de todas


tentativas da defesa, Bruno já teve 63 pedidos de habeas corpus negados no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também decidiu mantê-lo na prisão.