Cabo verde pode ser "laboratório de soluções para o futuro"

feature-image

Play all audios:

Loading...

"Cabo Verde pode e deve tornar-se num laboratório de soluções para o futuro", afirmou José Maria Neves, que proferia uma conferência, intitulada "Cabo Verde 2075, Nova


Terra", no âmbito das "Conversas da Casa da Lusofonia", promovidas pela Universidade de Coimbra. Considerando que o "maior ativo estratégico de Cabo Verde" reside


nos cabo-verdianos -- no país e na diáspora -, o Presidente da República daquele país insular entende que, para o futuro, o progresso do país terá de passar pela "qualificação intensiva


e continuada do capital humano". Nesse sentido, a educação tem de "ser a prioridade absoluta", defendeu, referindo que, face à "vertiginosa transformação


tecnológica" a que se assiste, "os países que não se prepararem para esta nova era serão inexoravelmente marginalizados". "Não podemos continuar a preparar os nossos


jovens para o desemprego ou para a partida forçada. Temos de capacitá-los para as oportunidades que o mundo emergente oferece e criar as condições para que essas oportunidades floresçam no


seio do território nacional, com escolas de qualidade, centros de formação modernos, universidades com vocação internacional e redes de articulação com a diáspora e com o setor


produtivo", disse. Para José Maria Neves, a competitividade de Cabo Verde não se medirá pela escala, quantidade ou força bruta, mas "pela sofisticação", valor agregado e


criatividade. "Devemos, com ousadia e sabedoria, transformar Cabo Verde numa 'sandbox' [ambiente isolado associado à computação, onde se testam programas e código] global de


experiências tecnológicas e sustentáveis", defendeu, apontando para o Parque Tecnológico de Cabo Verde como exemplo desse mesmo espírito. Na ótica do Presidente da República


cabo-verdiano, esse parque tecnológico "posiciona o país como elo inteligente entre continentes". Durante a conferência, José Maria Neves reiterou também a necessidade de aposta no


mar, que não deve ser visto como uma fronteira, mas como "um horizonte aberto". "A economia azul deverá afirmar-se como uma das principais âncoras do desenvolvimento futuro


das ilhas. Queremos e podemos ser uma potência marítima, não pela dimensão territorial, mas pela excelência das ideias e das soluções que produzimos", disse, apontando para a


necessidade de Cabo Verde se posicionar como referência na economia azul. Segundo José Maria Neves, caso o país coloque "o conhecimento, a juventude, a cultura e a criatividade no


cerne" do seu projeto nacional, "não haverá limites" para aquilo que poderá alcança. Leia Também: Presidente de Cabo Verde destaca "vaga migratória" para Portugal