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Esqueça aquela imagem de pai durão, provedor do lar, que trabalha o dia todo e dificilmente conversa com os filhos. Os pais de hoje são mais brincalhões, e as crianças agradecem. Afinal, as
brincadeiras com o pai sempre são diferentes. Enquanto as mães fazem da colher um aviãozinho para o pequeno comer, o pai joga o filho para o alto e leva a criança para a aventura, mesmo que
os primeiros passos ainda não sejam tão seguros. Especialistas afirmam que a figura do homem nas brincadeiras das meninas e dos meninos favorece o desenvolvimento infantil porque tira a
criança da redoma criada pela mãe, que tende a ser mais protetora. "Se o pai expressar seus sentimentos com o coração aberto, ele cria um lar aconchegante, mais participativo e menos
autoritário. E essa liberdade para demonstrar sentimentos torna o filho mais preparado para a vida", explica a psicóloga Tânia Evelise Eichholz. As brincadeiras preferidas dos homens
são jogar videogame, andar de skate, montar brinquedos, colecionar carrinhos e lutar (simbolicamente) contra o mal. Todas, de uma forma ou outra, envolvem competição e é isso que ensina a
criança a se preparar para viver em sociedade. Mesmo com a menina, o pai não costuma passar a mão na cabeça, pelo contrário, estimula que elas criem uma casinha diferente quem sabe na
árvore ou disputem com ele uma corrida. "O pai é a primeira pessoa, depois da mãe, com quem a criança tem contato. É importante que ela estabeleça outras formas de linguagem com ele
e, assim, consiga ter diferentes referências", afirma a psicopedagoga e fonaudióloga especialista em linguagem, Tânia Regina Bello, de São Paulo. A psicopedagoga lembra que é por meio
da atividade lúdica que a criança aprende, por isso o brincar com os pais se torna muito importante. "A figura masculina precisa existir na vida das crianças. Se não for o pai, elas
precisam ter referências no avô, no tio. O homem tem um jeito diferente de pegar as crianças e conversar com elas, e este contato, quanto mais intenso for, melhor." DEITAR E ROLAR Para
entrar no universo das crianças é preciso chegar ao estilo delas: sentar no chão, deitar, andar de quatro. E há pais que fazem mais do que isso para compartilhar bons momentos ao lado dos
filhos. O gerente comercial Dirceu Alves Barreto não poupa esforços para estar ao lado do filho Pedro, de 10 anos. "Meu pai não era assim. Era aquele sujeito que trabalhava o dia
inteiro e chegava em casa apenas para descansar. Hoje, mesmo com a correria dos dias atuais, os pais estão mais presentes." Dirceu conta que brinca com Pedro desde quando ele era
pequeno: no início eram jogos de montar. Quando ele ficou maior e começou a ter mais autonomia, o pai mudou as brincadeiras para estar ainda mais presente. Eles vão juntos assistir aos jogos
de futebol, andam de bicicleta e, melhor ainda, encontraram uma atividade de lazer que os dois apreciam: jogar videogame. "O pai atual é o que compartilha, que cobra lições, que dá
bronca na hora certa, que ensina, demonstra preocupação e verbaliza sentimentos", diz a psicóloga Tânia. Encontrar uma atividade que seja apreciada pelo pai e pelos filhos é
extremamente positivo. Pais brincalhões fortalecem a identidade das crianças. "Elas precisam de uma referência. E a relação de cumplicidade, dos pais que gostam de compartilhar, torna
as coisas mais fáceis. Até mesmo quando o filho precisar contar algo", explica a psicanalista Maria Augusta de Mendonça Guimarães, coordenadora terapêutica da Associação Serpiá. O
bombeiro militar Ricardo Ferreira, pai de João Pedro, de 13 anos, e Vinícius, 11, encontrou na prática de esportes (ele anda de skate long board) uma maneira de se aproximar dos filhos nas
horas de lazer. "Montamos juntos os skates, compramos peça por peça. Desde pequenos eles gostam de andar e olha que foi a mãe quem deu o primeiro skate. O esporte aproxima as pessoas,
gera confiança e ensina a quebrar limites", diz Ferreira. Os especialistas são unânimes em dizer que os pais que brincam com seus filhos são mais felizes porque compreendem melhor as
crianças. Que tal entrar na roda?