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Veja o lucro da Petrobras nos últimos anos A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 28,982 bilhões no ano passado, resultado 12% menor do que o obtido em 2008 (R$ 32,988 bilhões). Já
superada a crise financeira internacional, no último trimestre a companhia lucrou R$ 8,1 bilhões, com crescimento de 31% em comparação ao mesmo período de 2008. A Petrobras anunciou também a
aprovação de seu novo plano de negócios, que prevê investimentos de US$ 200 bilhões a US$ 220 bilhões de 2010 a 2014. Para este primeiro ano, serão R$ 88,5 bilhões. Parte dos projetos será
levada ao governo e poderá estar incluída na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). Eles somam R$ 265 bilhões entre 2011 e 2014. Ao falar do lucro da companhia, o
diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, disse que o desempenho foi afetado especialmente pelo câmbio, que desvalorizou ativos e empresas da estatal no exterior. O impacto cambial
negativo foi de cerca de R$ 6 bilhões, segundo o executivo. "Essa é a diferença básica. Não fosse isso, o aumento de produção de petróleo teria compensado a queda do preço do
barril", disse. As concorrentes mundiais da Petrobras chegaram a amargar quedas de mais de 50% (leia mais abaixo). COTAÇÕES O preço do petróleo brent caiu 36% na média de 2009. Já os
preços médios dos derivados vendidos pela Petrobras, que praticou preços acima dos de referência internacional, cederam menos: 12%. Por causa da entrada de novas plataformas, a produção
cresceu 6% embora a média anual de 1,971 milhão de barris por dia tenha ficado abaixo da meta (2,050 milhões de barris). Sob impacto da crise, o faturamento da companhia caiu 15% no ano
passado para R$ 215,1 bilhões, diretamente afetado pelas menores vendas de combustíveis. Trata-se de um retrato de um ano em que o PIB do país caiu 0,2% e circularam menos mercadorias, e a
safra agrícola encolheu. Outro destaque, diz Barbassa, foram as exportações, que geraram um saldo líquido de US$ 2,9 bilhões graças à melhora das cotações do petróleo pesado brasileiro no
exterior e do aumento de produção. Em 2009, a estatal registrou deficit de US$ 980 milhões. NEGÓCIOS Segundo Barbassa, não foi divulgado o valor fechado do novo plano de investimentos porque
alguns projetos ainda estão sob análise. "Não temos um detalhamento ainda." O plano antigo previa R$ 174 bilhões de 2009 a 2012. Para Erick Scott Hood, analista da corretora SLW,
o desempenho da companhia foi bom diante do tamanho da crise vivida em 2009. Já Max Bueno, da Spinelli, diz que o não alinhamento automático dos preços dos derivados no país ao contrário
do que ocorre em mercados desenvolvidos ajudou a Petrobras a sofrer menos com a queda dos preços do petróleo. QUEDA É MENOR QUE A DE CONCORRENTES Se 2009 foi um ano ruim para a Petrobras,
com 12% de queda no lucro, as suas concorrentes têm menos ainda a comemorar: as petroleiras do mundo "desenvolvido" amargaram quedas superiores a 50% em seus lucros no ano passado.
Isso ocorreu porque a crise sacudiu a economia e provocou uma freada no consumo de combustível em escala global, mas tal efeito foi mais forte nos países ricos. São nesses mercados maduros
e de alto consumo per capita onde empresas como Exxon (EUA), Chevron (EUA) e Shell (Reino Unido) estão focadas apesar de sua presença global. O lucro das três companhias caiu 57%, 56% e
52%, respectivamente. Na mesma toada, foram outras companhias do setor e sócias da Petrobras em projetos no país. O lucro da norueguesa Statoil caiu 58%. O da portuguesa Galp, parceira no
pré-sal, teve retração de 55,4%. A francesa Total registrou queda de 20% e a britânica BP, de 21%. A espanhola Repsol, com forte presença na Argentina, viu seu resultado reduzido em 6%.
"A Petrobras se saiu melhor porque tem uma grande exposição ao mercado brasileiro, onde vende a maior parte do seus produtos. E o Brasil sentiu menos a crise", disse Erick Scott
Hood, analista da corretora SLW. AJUSTES DIFERENTES Segundo Max Bueno, da corretora Spinelli, as petrolíferas estrangeiras sentiram mais a queda dos preços do petróleo, pois em mercados como
os Estados Unidos e a Europa o diesel e a gasolina são ajustados quase que diariamente à variação do óleo o que não acontece no Brasil. No país, a política da Petrobras e do governo é
manter os preços dos combustíveis alinhados aos do petróleo no médio prazo, sem repassar oscilações momentâneas das cotações. "Essa é uma das vantagens de a Petrobras ser
estatal", afirma o especialista. Esse foi um dos fatores, diz, que ajudaram a companhia a equilibrar o resultados da companhia e compensar fatores negativos como o câmbio que gerou
perdas pelo fato de empresas e outros ativos no exterior, terem o valor reduzido com a desvalorização do dólar. Max destaca ainda as vendas em alta de gasolina no quarto trimestre do ano
passado, quando os preços do álcool começaram a subir, e os consumidores migraram para o derivado de petróleo. Tal movimento obrigou a Petrobras a importar gasolina no começo deste ano pela
primeira vez em 30 anos. "Essa tendência se intensificou ainda mais no primeiro trimestre e vai ter impacto positivo no balanço", diz Bueno.