
- Select a language for the TTS:
- Brazilian Portuguese Female
- Brazilian Portuguese Male
- Portuguese Female
- Portuguese Male
- Language selected: (auto detect) - PT
Play all audios:
Brasil e Paraguai continuaram em um impasse na segunda rodada de negociações realizada em Foz do Iguaçu para discutir a dívida contraída pelo governo paraguaio durante a construção da
hidrelétrica de Itaipu, situada na fronteira dos dois países. O assunto foi discutido nesta quinta-feira na sede da hidrelétrica por conselheiros, diretores da usina e os ministros
brasileiros Guido Mantega, da Fazenda e Silas Rondeau, de Minas e Energia. Pelo lado paraguaio participaram o ministro de Economia, Ernest Bergen, e o diretor da Administração Nacional de
Eletricidade (Ande), Martin González. Os paraguaios querem que o Brasil mude o fator de correção da dívida de US$ 19,6 bilhões, financiada na época da construção pela Eletrobrás e pelo
Tesouro Nacional brasileiro. O objetivo é minimizar o impacto da inflação norte-americana que incide sobre os juros da dívida. Os ministros paraguaios sustentam que o país não tem condições
de pagar os juros e pressionam o Brasil para baixá-los. Em 1996, a dívida foi renegociada pelos então presidentes Fernando Henrique Cardoso (Brasil) e Juan Carlos Wasmosy (Paraguai). Por
isso, a partir do acordo, em 1997, o débito passou a ser indexado por indicadores de inflação nos Estados Unidos. Segundo o ministro Silas Rondeau, apesar de os dois países ainda não terem
chegado a um consenso, o assunto está em fase de solução. "Existem pedidos do Paraguai e do Brasil que estão sendo analisados pelas duas partes. Nossas equipes técnicas estão avaliando
as possibilidades e propostas apresentadas", diz. De acordo com ele, uma nova reunião será marcada para tratar do assunto. Rondeau descartou a possibilidade de o Tratado de Itaipu ser
alterado em razão da reivindicação paraguaia. Segundo ele, durante o encontro chegou-se a um acordo de que o tratado será mantido porque é bom para os dois países. Outro tema debatido
durante o encontro foi a entrada em operação das duas novas turbinas da hidrelétrica. O Brasil está negociando com o Paraguai a possibilidade de colocar até 20 unidades geradoras funcionando
simultaneamente. No entanto, o Tratado da Itaipu prevê o funcionamento de 18, sendo que duas ficariam em manutenção. O Brasil defende que, se houver condições, todas as máquinas devem
entrar em operação ao mesmo tempo.