Por que o livre mercado é um direito humano?

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_Por Cassio Carreira, publicado pelo Instituto Liberal_ O livre mercado se caracteriza por ser um sistema de trocas voluntárias entre agentes, o que significa que, a cada troca, estão sendo


atendidos interesses mútuos. Ou seja, nessas trocas, há geração de valor para ambas as partes. Apesar disso, é comum ouvirmos que a intervenção governamental é necessária para corrigir as


falhas desse sistema. Será que é mesmo? Inicialmente, vale destacar que o livre mercado não é um sistema perfeito. Ele possui assimetrias de informação, que podem gerar resultados não


condizentes com a expectativa de algumas das partes. Para que ele funcione, portanto, é necessário que esse erro sirva de aprendizado. Vamos considerar o exemplo da crise de 2008: os bancos


americanos ofereceram créditos imobiliários sem se preocupar adequadamente com garantias de pagamento. Quando a bolha estourou, o governo americano, ao invés de deixar os bancos arcarem com


todo o prejuízo e aprenderem a lição, acabou injetando dinheiro para socorrer esses bancos. Isso, além de passar um recado errado – de que as empresas podem errar, que serão socorridas –,


ainda é imoral, visto que se usam recursos de todos os contribuintes para beneficiar empresas específicas. É comum as pessoas se aterem a vantagens de curto prazo causadas pela intervenção,


mas se esquecem do malefício – muito maior – que ela gera no médio e longo prazo. Em momentos de crise, como o atual, essa “miopia” fica ainda mais latente. Quando começou a pandemia, houve


forte pressão para que o governo regulasse o preço de alguns produtos, como o álcool em gel, chegando ao ponto de o Procon inclusive notificar algumas empresas. Sabemos, porém, que, ao


controlar preços, a quantidade de oferta se tornaria limitada, visto que muitos agentes não conseguiriam produzir a um custo baixo suficiente para vender no preço tabelado. Por isso, a


intervenção causaria a falta de produtos e mesmo quem estivesse disposto a pagar acima do preço tabelado para ter o produto não conseguiria fazê-lo. Em síntese, a intervenção governamental,


por mais bem intencionada que seja, limita as trocas voluntárias e consequentemente a satisfação dos cidadãos. Para piorar, ao intervir, o governo acaba gastando mais, o que resulta numa


conta ainda maior para o contribuinte. Sendo assim, nota-se que a intervenção restringe a liberdade do indivíduo, tornando o livre mercado, portanto, um direito que todos deveriam ter.


*CASSIO DO CARMO CARREIRA É ASSOCIADO II DO INSTITUTO LÍDERES DO AMANHÃ.