Bolsonaro 'nunca' tentou dar um golpe de estado, diz tarcísio ao stf

feature-image

Play all audios:

Loading...

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "nunca" cogitou a possibilidade de dar um golpe de Estado para reverter sua derrota eleitoral contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva


(PT), afirmou nesta sexta-feira (30) o governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O Supremo Tribunal Federal (STF) está na


segunda semana de audiências de depoimentos-chave no julgamento de golpe de Estado contra Bolsonaro, acusado de tentar tramar sua permanência no poder apesar da derrota para Lula em outubro


de 2022.  Bolsonaro (2019-2022) enfrenta penas de aproximadamente 40 anos de prisão pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito e tentativa de golpe de


Estado, entre outros.  Convocado pela defesa do ex-presidente, Tarcísio negou que Bolsonaro tivesse intenções golpistas.  "Nesse período que eu estive presente com o presidente nessa


reta final, novembro, dezembro, nas visitas que eu fiz, de várias conversas, jamais tocou nesse assunto, jamais mencionou qualquer tentativa de ruptura" constitucional, afirmou. 


Tarcísio, que deixou o governo no início de 2022 para concorrer ao governo de São Paulo, disse que Bolsonaro estava desanimado e com problemas de saúde após sua derrota eleitoral em outubro


daquele ano.  "Eu encontrei o presidente que estava triste, resignado", disse ele, relembrando os encontros que teve com Bolsonaro em novembro e dezembro de 2022.  Tarcísio é um


forte candidato a possível sucessor de Bolsonaro, que está inelegível até 2030. Em outro depoimento da defesa nesta sexta-feira, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) também rejeitou as acusações


contra Bolsonaro, de quem foi ministro da Casa Civil, e afirmou que o ex-presidente "em hipótese nenhuma" demonstrou intenções golpistas.  O STF ouviu cerca de 50 testemunhas,


incluindo membros de alto escalão das Forças Armadas, ex-ministros, policiais e agentes de inteligência.  As audiências são presididas pelo ministro do caso, Alexandre de Moraes, considerado


inimigo político do bolsonarismo. Em um dos depoimentos mais importantes, o ex-comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, confirmou na semana passada ter participado de uma


reunião com Bolsonaro em dezembro de 2022, onde foi discutida a possível implementação de medidas excepcionais, como "estado de defesa ou sítio", para refutar os resultados das


eleições e justificar a intervenção militar.  As audiências serão encerradas na segunda-feira e Bolsonaro e os outros sete réus prestarão depoimento na próxima fase. A previsão é de que o


julgamento seja concluído nos próximos meses. rsr/app/mr/aa/dd