Surto de meningite em são paulo: saiba qual vacina tem no sus e qual tem nas clínicas privadas

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CLÍNICAS PRIVADAS OFERECEM IMUNIZANTES CONTRA A DOENÇA COM PREÇOS QUE VARIAM ENTRE R$ 300 E R$ 800 Apesar do SURTO de MENINGITE MENINGOCÓCICA DO TIPO C na VILA FORMOSA, bairro da ZONA LESTE


de SÃO PAULO, ser o terceiro identificado na cidade este ano, a Secretaria Municipal de Saúde esclareceu que o Sistema Universal de Saúde (SUS) aplicará vacinas, em CRIANÇAS e ADULTOS,


somente em quatro postos da região afetada. LEIA MAIS: * SÃO PAULO IDENTIFICA SURTO DE MENINGITE; VACINAÇÃO É RECOMENDADA * QUAL A CHANCE DE O SURTO DE MENINGITE NA VILA FORMOSA SE ALASTRAR


POR SÃO PAULO * MENINGITE: COMO SE PEGA, QUAIS SÃO OS SINTOMAS E QUAL É O TRATAMENTO PARA DOENÇA Para quem mora nas outras regiões de São Paulo e já tomou as vacinas contra a meningite


quando criança ou ADOLESCENTE no cronograma do Programa Nacional de Imunizações (PNI), existe a opção de buscar a vacina na rede privada. Os preços podem variar de R$ 300 a R$ 800, de acordo


com o tipo de vacina e o local da clínica ou laboratório. Segundo o MÉDICO INFECTOLOGISTA MARCELO DAHER, pode-se tomar reforços a cada cinco anos, em qualquer idade, para reforçar a


proteção contra os vários tipos de meningite, que é considerada uma doença grave. QUAIS SÃO OS TIPOS DE MENINGITE? De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente,


existem 12 sorogrupos identificados, entre eles os tipos A, B, C, W, X e Y. A médica infectologista da rede de saúde integrada DASA MARIA ISABEL DE MORAES PINTO explica que o mais frequente


no país é o MENINGOCOCO C, ou meningite meningocócica do tipo C, justamente a que foi identificada no surto do bairro paulistano. A vacina para esse sorogrupo da doença é disponibilizada


pelo Sistema Universal de Saúde (SUS), dentro do Programa Nacional de Imunizações, para as crianças aos 3 meses, depois outra dose aos 5 meses e mais um reforço aos 12 meses de idade. Além


disso, ela é oferecida gratuitamente para adolescentes entre 11 e 14 anos em uma vacina quadrivalente ACWY. Para adultos que desejam tomar um reforço contra a meningite meningocócica do tipo


C, é possível encontrá-la na rede privada na versão quadrivalente ACWY. Nos laboratórios Lavoisier, que pertencem à Dasa, essa vacina custa R$ 315. Nos laboratórios CDB, marca do grupo de


medicina diagnóstica Alliar, a mesma vacina pode ser encontrada com preços a partir de R$ 365. > “Diante da cobertura vacinal baixa em São Paulo, hoje abaixo de > 50%, para quem pode, 


é recomendável tomar uma dose”, recomenda a > infectologista da Dasa. Já a vacina contra a MENINGITE B não é aplicada no SUS, mas é oferecida na rede privada. No Lavoisier, custa R$ 535 e


no CDB o valor é R$ 615. “Essa é menos frequente na população como um todo, porém é mais comum entre crianças abaixo de 2 anos. Então, embora exista uma vacinação [pública] adequada no


sorogrupo C, o sorogrupo B ainda não é contemplado no SUS, mas a vacina existe na rede privada”, diz Maria Isabel. POR QUE PODE VALER A PENA TOMAR UM REFORÇO? A comunidade médica e


científica tem apontado preocupações com a queda abrupta da cobertura vacinal no Brasil e também no mundo, o que pode estar contribuindo para o ressurgimento de algumas doenças. A meningite


é classificada pelo Ministério da Saúde como uma doença endêmica no país, ou seja, ela se mantém presente e normalmente identificada em pequenos surtos que acabam sendo controlados por


bloqueios locais e vacinação generalizada nas regiões onde aparecem, como está sendo feito pela Secretaria Municipal de Saúde na Vila Formosa neste momento. No caso da meningite do tipo C,


segundo dados do DataSUS, a cobertura vacinal atualmente está em 52% em âmbito nacional e em 42,5% na capital paulista. Em 2015, ambas estavam no nível de 98%. “Precisaríamos ter uma


cobertura vacinal acima de 95%. É importante que as pessoas atualizem a sua vacinação”, indica Maria Isabel. O SURTO EM SÃO PAULO PODE VIRAR UMA EPIDEMIA? Os especialistas consultados pelo


VALOR acreditam que a chance é pequena. “O risco de se espalhar como já aconteceu no Brasil na década de 1970 não é grande por causa da vacinação, bloqueios, medicamentos que passaram a


fazer parte dos cuidados que adotamos e que, naquele tempo, não tinham”, afirma o infectologista Marcelo Daher. Por outro lado, ele também reforça a preocupação com a queda da cobertura


vacinal. “Com a cobertura baixa, a bactéria circula mais livremente e as crianças, sobretudo, estão vulneráveis. Talvez esses casos que estão começando a aparecer sejam um reflexo disso”,


diz o infectologista.