Transtorno de processamento sensorial: entenda a síndrome de bless, filho de ewbank e gagliasso

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SÍNDROME FAZ COM QUE OS SENTIDOS FIQUEM HIPERSENSÍVEIS OU HIPOSENSÍVEIS A apresentadora Giovanna Ewbank compartilhou a descoberta do diagnóstico de BLESS, seu filho de oito anos, durante um


episódio do seu podcast 'Quem Pod, Pod', que com a atriz FERNANDA PAES LEME. O pequeno, de 8 anos, foi diagnosticado com Transtorno de Processamento Sensorial (TPS), que faz com


que os sentidos como audição, tato e olfato fiquem hipersensíveis ou hiposensíveis – com intensidade forte ou leve demais. “Ele ouve mais do que nós todos, sente mais o tato que nós todos,


sente mais cheiro”, disse EWBANK. A mãe também descreveu que BLESS se sentia desconfortável ao pisar na grama, se incomodava com o cheiro do preparo de comidas. Segundo a apresentadora, as


queixas e descrições feitas por BLESS a fizeram desconfiar que o pequeno estava no espectro autista, mas depois de passar por diferentes profissionais, ele recebeu o diagnóstico de TPS. Leia


também Giovanna Ewbank quer mais filhos: ‘Não sabemos se por adoção ou gestação' Giovanna Ewbank mostra momento carinhoso dos filhos Zyan e Bless: 'Lindo de ver' Eu, Leitora:


'Após o diagnóstico de autismo do meu filho, me tornei invencível' O QUE É O TRANSTORNO DE PROCESSAMENTO SENSORIAL “O Transtorno de Processamento Sensorial é um distúrbio do


neurodesenvolvimento em que o indivíduo tem percepção exagerada ou deficiente das sensações: tátil, visual, auditiva, oral e proprioceptiva (noção de posição do corpo) devido a um


desenvolvimento anormal das áreas de integração sensorial”, descreve JOSÉ MARCOS VIEIRA DE ALBUQUERQUE FILHO, neuropediatra e neurologista do Hospital Japonês Santa Cruz. Os sinais surgem


ainda na infância e a causa exata do Transtorno do Processamento Sensorial ainda não foi identificada. Estudos preliminares sugerem que o TPS é frequentemente herdado, mas ainda não há dados


robustos que comprovem a teoria. SINAIS E SINTOMAS DO TPS Os sintomas mais comuns dependem dos sentidos mais acometidos e no geral são uma combinação. O neuropediatra aponta, por exemplo,


que a percepção excessiva de estímulos táteis pode fazer com que as crianças percebam até mesmo um toque leve como estímulo doloroso. Também pode ocorrer, como no caso de Bless, uma baixa


tolerância a estímulos auditivos, porque a criança pode percebê-los como excessivamente altos, e a rejeição de alimentos por conta de texturas específicas ou sabores que podem ser percebidos


como desagradáveis. O serviço de saúde do governo do Canadá, que disponibiliza uma cartilha pública de informações sobre o quadro, lista, ainda: * Necessidade de estar sempre em movimento,


agitação e dificuldade para se acalmar após fazer exercícios; * Desconforto ao realizar movimentos como balançar ou deslizar em rampas; * Hipersensibilidade a odores e a certos tecidos; *


Aversão a sujar as mãos; * Parecer desajeitado, tropeçar facilmente ou ter equilíbrio ruim. COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DE PROCESSAMENTO SENSORIAL “O diagnóstico mais adequado


deve ser suspeitado pelo médico pediatra e neuropediatra, mas o terapeuta ocupacional é o profissional com as ferramentas diagnósticas mais adequadas, especialmente os que têm formação


específica em Integração Sensorial de Ayres”, explica o médico Hospital Japonês Santa Cruz. Segundo o especialista, pelo desconhecimento da população sobre o assunto, essa condição


frequentemente não é reconhecida ou é considerada “birra”, frescura ou outras alterações do comportamento infantil. Para instituir a terapia mais adequada, é essencial que também haja a


investigação de outras condições que podem ser coexistentes ou que são diagnóstico diferencial, como o transtorno do espectro autista e condições psiquiátricas da infância. Por isso essas


crianças devem passar por avaliação médica — José Marcos Vieira de Albuquerque Filho, neuropediatra e neurologista O tratamento é feito com sessões de terapia ocupacional que fazem, por meio


de brincadeiras e atividades lúdicas, com que a criança a criança exercite suas habilidades sensoriais e cognitivas. SE O TPS NÃO FOR TRATADO, A CRIANÇA PODE SOFRER A falta de tratamento


tende a causar sofrimento no paciente e gerar comportamentos de evitação ou de isolamento por conta da percepção anômala dos estímulos. Com o isolamento, consequências como transtornos do


humor e baixo engajamento social podem ocorrer. “A participação dos familiares é fundamental na melhora dos pacientes, seja através da compreensão e acolhimento da condição até a


participação na terapia em si. A integração da equipe multiprofissional (médico, terapeuta ocupacional) e família melhora o prognóstico em todas as desordens do neurodesenvolvimento”,


conclui o neuropediatra.