Justiça da guatemala condena 3 ex-paramilitares por estupro de mulheres indígenas

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Um tribunal da Guatemala condenou nesta sexta-feira (30), a 40 anos de prisão, três ex-paramilitares por crimes de lesa-humanidade pelos estupros cometidos contra seis mulheres em aldeias


indígenas nos anos 1980, durante a guerra civil. Dezenas de ONGs internacionais que acompanharam o processo, entre elas WOLA e Impunity Watch, destacaram que o caso "ilustra" como


o Exército guatemalteco utilizou a violência sexual "como arma de guerra para controlar e submeter" as comunidades indígenas durante o conflito armado entre 1960 e 1996.  É + que


streaming. É arte, cultura e história. + filmes, séries e documentários + reportagens interativas + colunistas exclusivos Assine agora Os três ex-paramilitares, também indígenas, eram


membros das Patrulhas de Autodefesa Civil, criadas pelas Forças Armadas para combater a guerrilha de esquerda durante a guerra que deixou 200.000 mortos e desaparecidos, segundo uma Comissão


da Verdade da ONU. Os acusados são "autores responsáveis" de crimes de lesa-humanidade pelas violências sexuais contra as mulheres maias da etnia achí, indicou a sentença.  Os


condenados a "40 anos de prisão incomutáveis" são Pedro Sánchez, Simeón Enríquez e Félix Tum, com entre 60 e 73 anos, considerados culpados dos fatos ocorridos entre 1981 e 1983,


disse à AFP uma fonte da Impunity Watch. "Eu sou inocente disso que estão me acusando", disse Sánchez nesta sexta-feira perante o tribunal, antes de ouvir a sentença. "Eu os


reconheci bem [os acusados], aqui não conta apenas o que dizem, mas o que eu passei. Sofri na própria pele tudo o que me fizeram", declarou, por sua vez, na semana passada, Pedrina


Ixpatá, de 61 anos, uma das vítimas. O julgamento começou em 28 de janeiro e é o segundo caso envolvendo mulheres achí que foram vítimas de múltiplas violências em aldeias do município de


Rabinal e em uma base do Exército nesse povoado, situado cerca de 50 km ao norte da capital. Entre 2011 e 2015, um grupo de 36 vítimas apresentou as denúncias contra ex-militares e


colaboradores do Exército. Em 2022, outros cinco ex-paramilitares foram condenados a 30 anos de prisão por esses atos. Antes de ouvirem a sentença, as vítimas, acompanhadas por ativistas,


realizaram uma cerimônia com flores e velas na praça situada em frente ao Palácio de Justiça na capital.    ec-hma/nn/rpr Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente TAGS mulheres


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