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Mães de crianças com ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA denunciam atraso para obter uma vaga para levar seus filhos a uma consulta para entrar no Programa APLV-CE na rede pública de saúde.
O longo tempo de espera tem causado angústia e preocupação, já que os bebês precisam da fórmula infantil especial para conseguirem se alimentar sem apresentar reação alérgica. A mistura é
disponibilizada de forma gratuita pela Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), mas pela demora no agendamento das consultas que as incluem nos programas, as mães precisam comprar as latas de
fórmula, que chegam a custar R$ 300 uma lata com 400g, para que o quadro não se agrave e o bebê tenha uma boa qualidade de vida. É + que streaming. É arte, cultura e história. + filmes,
séries e documentários + reportagens interativas + colunistas exclusivos Assine agora Conforme a presidente da Associação de Familiares e Amigos de Crianças com Alergias e Intolerâncias
Alimentares (AFAC), Aline Saraiva, mais de 500 crianças entre 0 e 1 ano de idade estão à espera por uma vaga e que o caso é preocupante tanto pela demora em entrar no programa APLV como pela
espera das crianças que precisam da fórmula. LEIA TAMBÉM: INTERIOR: 20 PROJETOS DA UFC RECEBERÃO R$1,5 MILHÃO EM INVESTIMENTOS “O uso da fórmula proteica é capaz de suprir as necessidades
calóricas para que elas tenham um desenvolvimento igual a todas crianças que não fazem uso! A espera acarreta internações e desnutrição, bem como outras complicações no trato
gastrointestinal”, explicou. Saraiva acrescenta ainda que o custo para adquirir a fórmula é muito alto para as famílias por se tratar de um produto caro e que não é vendido em qualquer
estabelecimento. É o caso de Ruth Martins, mãe do pequeno Dominic Ventura, de 8 meses. Residente em Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, ela conta que desde dezembro de 2024 está
na fila de espera. Ela relata que quando o processo começou, ela precisou readequar sua alimentação para seguir amamentando seu filho. “Em janeiro, ele teve que sair do peito e ir para a
fórmula porque ele estava sofrendo. Eu não podia comer nada fora de casa que ele tinha reação. Começamos a comprar a lata de fórmula enquanto não recebíamos um retorno, e com isso ficamos
endividados, porque priorizamos a alimentação dele”, relatou. Ela relata que uma lata dura em média três dias e que em uma semana foi necessário comprar duas latas de fórmula. “Mesmo agora
na introdução alimentar, ele ainda é dependente da fórmula, ele toma desde os três meses. Meu bebê está se recuperando de uma infecção no intestino por falta da fórmula, perdeu peso, passei
uma semana indo e vindo do hospital com ele para reverter o quadro”. Quando perguntada sobre um possível retorno, Ruth disse que sempre que pergunta sobre a fila de espera pedem para que ela
aguarde uma ligação. “Eu tô esgotada psicologicamente, eu daria tudo de mim para meu filho não ter esse problema, nenhuma mãe espera que ao ter seu bebê ele vai vim com um problema desse,
ver o filho sem ter a assistência que ele precisa tem me deixado destruída”. Já Wanessa Gomes, mãe de um bebê de 5 meses, entrou recentemente no programa, fez a primeira consulta no último
dia 22 e disse que devido ao quadro clínico de seu filho, foi solicitado o retorno no prazo de dois meses. “Mas ele precisava de avaliação antes, só que não tem vaga, ficou para setembro,
quase 4 meses da primeira consulta. Isso é absurdo, algo precisa ser feito urgente em relação a esse programa, tem uma verba milionária e funciona de forma extremamente precária, porque
estão todos calados em relação a tudo que acontece”. Ela pontua que o recebimento da fórmula é importante, mas que é necessário o acompanhamento de um profissional de saúde. “Eu me sinto
perdida. Meu bebê está com constipação severa, há quase 2 meses e sem ganhar peso. Ter sido chamada para o programa foi ótimo, receber o leite também, mas precisa de acompanhamento, precisa
de assistência, não só para o meu filho, mas para todas as crianças que participam do programa”. SOBRE O ASSUNTO O QUE DIZ A SECRETARIA DE SAÚDE O POVO procurou o Hospital Infantil Albert
Sabin (Hias), unidade da Sesa responsável pelo programa, para entender melhor a situação. Por meio de nota, foi informado que atualmente, cerca de 3.400 crianças são atendidas pelo Programa
de Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) em todo o Estado, sendo aproximadamente 60% residentes em Fortaleza. “O Programa APLV distribui, em média, mais de 3 mil fórmulas, cuja entrega
está rigorosamente em dia para todas as crianças acompanhadas pela equipe multidisciplinar do serviço.Neste ano, até o mês de abril, 13.244 fórmulas foram distribuídas. Em 2024, foram 43.124
fórmulas. Só no ano passado, o Governo do Ceará investiu R$ 34 milhões no Programa APLV”, disse o comunicado.