Parkinson: novo estudo associa solvente usado na limpeza ao aumento de risco da doença

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O TRICLOROETILENO QUÍMICO É APLICADO PRINCIPALMENTE PARA REMOVER TINTAS, GORDURAS E LIMPAR MOTORES Um produto químico comum e amplamente utilizado pode estar associado a um aumento no número


de casos de doença de Parkinson no mundo, garante um grupo de cientistas internacionais em um novo estudo. O tricloroetileno químico (TCE) é um solvente usado para descafeinar café,


desengordurar metais e lavar roupas a seco. * BBB23: BANHEIRO IMUNDO, USO COLETIVO DE APARELHO DE BARBEAR – PARTICIPANTES TÊM A PIOR HIGIENE DA HISTÓRIA DO PROGRAMA * ABUSO DE FAST FOOD:


CAUSA CIRROSE TANTO QUANTO O ÁLCOOL Ele é aplicado em diversas indústrias de consumo, militares e médicas, inclusive para remover tinta, limpar motores e anestesiar pacientes. Estudos


anteriores associaram a substância a abortos espontâneos e doenças cardíacas congênitas. A pesquisa recém-lançada e publicada no Journal of Parkinson's Disease vai além e diz que a


exposição ao TCE pode aumentar em até 500% a chance de desenvolver a doença de Parkinson. A conexão entre TCE e Parkinson foi sugerida pela primeira vez em estudos de caso há mais de 50


anos. Nos anos seguintes, pesquisas em camundongos e ratos mostraram que o TCE entra prontamente no cérebro e nos tecidos do corpo e, em altas doses, danifica as partes produtoras de energia


das células conhecidas como mitocôndrias. Em estudos com animais, o TCE causou perda seletiva de células nervosas produtoras de dopamina, uma característica da doença de Parkinson em


humanos. EFEITOS DA EXPOSIÇÃO Outros efeitos devido à exposição da substância são: cefaleia, tontura e sonolência. Em grandes quantidades, pode levar ao coma e até mesmo a morte. A inalação


de altos níveis de TCE pode ocasionar danos aos nervos da face, além de afetar a audição, visão, equilíbrio, alterações no ritmo cardíaco, hepatotoxicidade e dano renal. * OZEMPIC: SAIBA


QUEM SÃO AS CELEBRIDADES, ALÉM DE ELON MUSK, QUE USAM O REMÉDIO PARA EMAGRECER A exposição prolongada pode causar esclerodermia (doença sistêmica autoimune) e problemas reprodutivos. A


exposição crônica ao TCE também está relacionada ao aumento do risco de câncer de rim, fígado, linfoma não-Hodgkin, câncer cervical e múltiplos mielomas. Indivíduos que trabalharam


diretamente com TCE têm um risco elevado de desenvolver Parkinson. Ou seja, profissionais da indústria de transformação de tecidos para limpar algodão, lã e outros tecidos; em operações de


limpeza a seco; fabricantes de adesivos, lubrificantes, tintas, vernizes, descascadores de tinta, pesticidas e limpadores de metais frios. No entanto, os autores advertem que "mais de


milhões encontram o produto químico sem saber através do ar externo, águas subterrâneas contaminadas e poluição do ar interno". O produto químico pode evaporar facilmente e entrar nas


casas, escolas e locais de trabalho das pessoas, muitas vezes sem ser detectado, com a intrusão de vapor provavelmente expondo milhões perto de antigas instalações de lavagem a seco,


militares e industriais ao ar interno tóxico. VÍTIMAS DA SUBSTÂNCIA No estudo, os cientistas usaram como exemplo sete indivíduos nos quais o TCE pode ter contribuído para a doença de


Parkinson. Embora as evidências que ligam a exposição ao TCE à doença de Parkinson nesses indivíduos sejam circunstanciais, suas histórias destacam os desafios de construir o caso contra o


produto químico. * PREJUÍZO DE R$ 2 BILHÕES: MINISTÉRIO DA SAÚDE DEIXA 39 MILHÕES DE VACINAS CONTRA COVID VENCEREM Entre eles estão o jogador profissional de basquete Brian Grant, que jogou


por 12 anos na NBA e foi diagnosticado com Parkinson aos 36 anos. Grant provavelmente foi exposto ao TCE quando tinha três anos e seu pai, então fuzileiro naval, foi estacionado em Camp


Lejeune. Grant criou uma fundação para inspirar e apoiar pessoas com a doença. Amy Lindberg foi igualmente exposta à água potável contaminada em Camp Lejeune enquanto servia como uma jovem


capitã da Marinha e viria a ser diagnosticada com a doença de Parkinson 30 anos depois. A peça detalha outras pessoas cuja exposição foi resultado de morar perto de um local contaminado ou


trabalhar com o produto químico, incluindo o falecido senador americano Johnny Isakson, que deixou o cargo após o diagnóstico de Parkinson em 2015. Cinquenta anos antes, ele serviu no


Georgia Air National Guard, que usava TCE para desengordurar aviões. COMO ENFRENTAR O PROBLEMA? Os autores prescrevem uma série de ações para enfrentar a ameaça à saúde pública representada


pelo TCE. Entre as ações, eles defendem que sejam realizadas mais pesquisas para entender melhor como o TCE contribui para o mal de Parkinson e outras doenças. “Os níveis de TCE nas águas


subterrâneas, na água potável, no solo e no ar externo e interno exigem um monitoramento mais próximo e essas informações precisam ser compartilhadas com aqueles que vivem e trabalham perto


de locais poluídos”, afirmam. * NUTRICIONISTA RESPONDE: SHOT DE LIMÃO COM VINAGRE EM JEJUM EMAGRECE? Além disso, os cientistas também pedem o fim definitivo do uso desses produtos químicos


nos EUA. Dois estados, Minnesota e Nova York, proibiram o TCE, mas o governo federal não, apesar das descobertas de que os produtos químicos representam "um risco irracional para a


saúde humana". Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), medidas mais simples para evitar o contágio também podem ser seguidas, como não respirar os vapores, utilizar somente em


zonas bem ventiladas, evitar o contato com a pele e os olhos. Evitar o contato com chamas desprotegidas e superfícies quentes, dado que pode se formar produtos tóxicos e corrosivos (ácido


clorídrico) da decomposição e utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI) para evitar o contato direto com o produto.