Eleição de gouveia e melo? "pode ser risco" e "perigo para a democracia"

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"À primeira vista, é sedutor dizer que se quer um Presidente da República que vem de fora da política", começou por conceder o antigo presidente do PSD, "mas eu chamo a


atenção que, a seguir, pode ser um risco enorme e pode ser um perigo para a democracia", afirmou Marques Mendes, em entrevista ao podcast da Antena 1 'Política com


Assinatura', emitido hoje. Questionado em seguida sobre se a candidatura de Gouveia Melo representa um risco de radicalização do cargo de Presidente da República, Marques Mendes


escusou-se a responder diretamente, argumentando que "é difícil uma pessoa responder a isso". "Porque a gente quase não conhece a posição de Gouveia Melo sobre assunto nenhum.


E nos poucos temas que conhece, ele já teve pelo menos duas opiniões da mesma matéria", justificou. "Portanto, eu até diria, já que ele agora vai ser finalmente - já não era sem


tempo - candidato, acho que pode e deve começar a dar explicações sobre os assuntos", nomeadamente a recente "derrota" em tribunal relacionada com o caso do navio da Armada


portuguesa Mondego, em 2023. "Até dou uma sugestão: pode já começar a dar explicações, por exemplo, sobre a derrota que teve em tribunal por causa dos marinheiros do navio Mondego,


porque o tribunal disse que Gouveia Melo, como Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), não agiu bem", afirmou Marques Mendes. O Supremo Tribunal Administrativo (STA) divulgou no início


do mês um acórdão datado de 30 de abril, em que declarou a ilicitude das sanções aplicadas pela Marinha aos militares do NRP Mondego na sequência de uma missão falhada de 2023, negando


provimento ao recurso daquele ramo militar, que contestava uma decisão anterior, do Tribunal Central Administrativo (TCA) Sul, que já tinha considerado nulas as sanções aplicadas pela Armada


por alegada insubordinação a 11 militares visados nesse processo, de entre 13 acusados - quatro sargentos e nove praças. O STA considerou que o processo de sanções disciplinares aplicadas


pela Armada, quando Gouveia e Melo era o seu Chefe do Estado-Maior, contém diversos vícios e falhas, que resultaram na "nulidade da decisão sancionatória disciplinar por vícios do


procedimento". Na altura dos factos, ocorridos em 11 de março de 2023, o então CEMA deslocou-se à ilha da Madeira, onde o navio-patrulha Mondego estava em missão, para publicamente


repreender os militares que se tinham recusado a cumprir a missão atribuída - vigilância a um navio russo ao largo do Porto Santo -, alegando falta de segurança. O Mondego viria a ser


protagonista de uma nova missão falhada duas semanas depois, ao largar do Funchal rumo às Selvagens, para render elementos da Polícia Marítima e do Instituto das Florestas, acabando por


regressar ao porto de largada por problemas técnicos. Leia Também: Gouveia e Melo apresenta candidatura à Presidência no dia 29 em Lisboa