Trabalhadores da highpoint exigem pagamento de salários em atraso

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"Queremos o nosso dinheiro" foi uma das frases que estes trabalhadores, oriundos de vários pontos do país e que estão a cumprir hoje o seu segundo dia de greve, gritaram à porta da


sede da empresa. Vivalda Silva, responsável pelo setor da Limpeza Industrial do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas


(STAD), explicou à agência Lusa que há 58 trabalhadores que ainda não receberam o salário de abril e 280 (a totalidade) o de maio. No passado dia 19, dirigentes do STAD e uma representação


de trabalhadores deslocaram-se a Viseu para questionar os responsáveis da Highpoint sobre os salários de abril. "Entrámos na empresa, estivemos a falar com o dono e com a filha, foi-nos


dito que a culpa não é da empresa. A empresa estava a pagar os salários no final de abril, pagou à maior parte dos trabalhadores, mas para um ficheiro já não houve saída de dinheiro porque


entretanto caiu uma penhora no banco", contou. "Quem tem culpa da penhora, são os trabalhadores?", questionou Vivalda Silva, acrescentando que, nesse dia, a empresa não lhes


deu qualquer garantia relativamente aos salários de abril, nem aos de maio. Uma vez que está a decorrer um novo concurso para a limpeza da CP, questionaram também os responsáveis sobre esse


assunto e obtiveram a resposta de que a Highpoint voltou a concorrer. "No final deste mês ou há uma mudança da empresa ou ficará a mesma empresa", frisou. Vivalda Silva constatou


que, contrariamente ao que aconteceu no dia 19, em que além do dono e da filha, se encontravam na empresa funcionários, hoje não viram nem pessoas, nem computadores, "só


secretárias". "Ou deslocou hoje [os serviços] porque sabia que nós cá vínhamos ou então está a preparar-se para sair daqui para outro lado. Algo se passa com esta empresa",


considerou. A Lusa tentou, mas em vão, obter um comentário dos responsáveis da Highpoint às exigências dos trabalhadores e às críticas do STAD. Os trabalhadores fizeram greve no domingo e


hoje e, a partir de terça-feira, regressam ao trabalho. A responsável sindical explicou que, "se houver mudança de empresa (no final de junho, após o novo concurso), os trabalhadores


têm de estar no seu posto de trabalho para poderem passar para a empresa que ganhar o concurso". "A pior coisa que pode acontecer é os trabalhadores ficarem sem o seu posto de


trabalho", frisou, acrescentando que, para já, não estão previstas novas formas de luta. A Highpoint, Administração & Formação iniciou a sua atividade em janeiro de 2020, na área de


Gestão de Condomínios, Limpezas e Formação, e, há cerca de dois anos, ganhou o contrato de prestação de serviços de Limpeza Industrial na CP a nível nacional. Leia Também: Trabalhador


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