Avaí e figueirense disputam terceiro clássico no ano com treinadores diferentes

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Figueirense e Avaí se enfrentam no próximo sábado (26) em confronto válido pela 31ª rodada da Série B. Além do confronto em si onde são colocados dois grandes rivais frente a frente, um fato


curioso chama a atenção. Jorginho e Claudinei Oliveira: os protagonistas do jogo deste sábado – Foto: Patrick Floriani/FFC e Leandro Boeira/Avaí F.C Os três jogos entre as equipes no ano


proporcionaram o embate entre técnicos diferentes em ambos os lados nas três partidas. No confronto do Campeonato Catarinense, vencido por 2 a 0 pelo Leão, o português Augusto Inácio


comandava o Avaí enquanto Márcio Coelho, o Gugu, era o técnico alvinegro. Já no primeiro turno da Série B, na partida disputada em setembro também com vitória do Leão dessa vez por 1 a 0,


Geninho era o treinador azurra enquanto Elano comandava o Furacão. No jogo deste sábado Claudinei Oliveira pelo lado do Avaí e Jorginho pelo lado do Figueirense serão os protagonistas do


espetáculo. Os números mostram uma verdadeira ciranda no cargo de treinador algo quase que cultural no Brasil onde em caso da não obtenção de resultados imediatos, o técnico costuma nem


mesmo “esquentar a cadeira”. Nos últimos cinco anos o Figueirense teve 15 treinadores, média de três por temporada. Em 2020 Márcio Coelho, Elano e Jorginho passaram pelo cargo. O mais


longevo nesse tempo foi Milton Cruz que durou pouco mais de um ano no cargo entre agosto de 2017 e setembro de 2018, disputando 68 partidas no período. No Leão o número é um pouco mais


“ameno”. Foram onze trocas nos últimos cinco anos, média de pouco mais de dois por ano. Só em 2020, Claudinei Oliveira é o quarto treinador a passar pelo cargo. Antes dele Augusto Inácio,


Rodrigo Santana e Geninho ocuparam a casamata azurra. O mais longevo nesse período foi o próprio Claudinei Oliveira. O treinador comandou o Avaí entre 2016 e 2018, antes de ser substituído


por Geninho em meio a Série B daquele ano. PROBLEMA ESTRUTURAL NO PAÍS Um estudo inédito realizado sobre a mudança de treinadores em times de futebol nas principais ligas do mundo apontou o


Brasil como líder no quesito. Augusto Inácio, Rodrigo Santana, Geninho e Claudinei Oliveira. Avaí teve quatro treinadores em 2020 – Foto: Reprodução Entre 2003 e 2018, foram 594 vezes trocas


de técnicos na elite do Campeonato Brasileiro, uma média de 37 mudanças por temporada, contando os profissionais interinos. São, em média, quase dez trocas a mais do que ocorre na primeira


e na segunda divisões da Espanha, que, somadas, aparecem em segundo no ranking. Mesmo sem contar os técnicos interinos, o Brasileirão continua na frente de todos os outros campeonatos, com


uma média de quase 29 mudanças por ano. Para Matheus Galdino, que realizou o estudo baseado na econometria ao lado de Pamela Wicker e Brian Soebbing, a quantidade de trocas de treinadores no


futebol brasileiro é o “retrato da falta de planejamento dos clubes”. Jorginho é o terceiro treinador no ano do Figueirense; número constante nas últimas temporadas – Foto: Patrick


Floriani/FFC Ele também aponta outros “culpados” pelas constantes mudanças no comando das equipes, como os próprios técnicos e até mesmo os torcedores. “Não conseguimos achar apenas um


culpado, mas o dirigente é o principal responsável. É preciso ter maior responsabilidade no processo seletivo, que é negligenciado, porque acabam tomando a decisão de contratar um novo


treinador em poucas horas”, analisou Galdino, que é mestre científico em Gestão Esportiva pela Universidade do Esporte da Alemanha em Colônia (Deutsche Sporthochschule Köln), em entrevista


ao ESTADÃO. Ainda de acordo com o estudo, “as mudanças de treinadores de futebol durante o Brasileirão não carregam efeitos práticos para a melhoria de rendimento esportivo de seus


respectivos clubes. Em outras palavras, um novo treinador sozinho não muda a trajetória na realidade”. _* Com informações do Estadão Conteúdo_