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A AstraZeneca está passando por seus piores momentos. Depois da preocupação com supostos efeitos indesejáveis de sua vacina contra a covid-19, o laboratório enfrenta uma ofensiva política da
União Européia (UE) por atrasos em suas entregas.
“Segura e eficaz”, foi a conclusão da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) na quinta-feira sobre a vacina desenvolvida por este laboratório sueco-britânico e pela Universidade de Oxford.
Durante dias seu uso foi suspenso em vários países, incluindo Alemanha, França e Espanha, devido a alguns casos de coágulos sanguíneos ou trombose.
Estavam relacionados à vacina? Não foi provado nem excluído. E mesmo que fosse, os problemas são tão raros – dezenas de milhões de vacinados – que tal bloqueio geral não parecia justificado.
Essa foi a mensagem do regulador europeu, compartilhada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mas embora as vacinações com AstraZeneca tenham sido retomadas, os países escandinavos preferiram esperar e, na França, as autoridades querem reservá-la para maiores de 55 anos, já que as
tromboses parecem estar mais concentradas nos jovens.
Para alguns especialistas, o estrago já foi feito, apesar de vários líderes europeus darem o exemplo e terem sido vacinados na sexta-feira com o injetável.
“Sem dúvida será prejudicial e haverá mais relutância”, admite à AFP o imunologista Jean-Daniel Lelièvre, dos hospitais de Paris (AP-HP), lamentando uma onda de “pânico”.
A AstraZeneca também é criticada por não entregar as vacinas com a rapidez necessária. No ano passado, o laboratório prometeu à UE 360 milhões de doses até meados de 2021. Na semana passada,
admitiu que entregaria apenas 100 milhões.
O anúncio irritou Bruxelas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ameaçou neste sábado bloquear as exportações da vacina contra o coronavírus da AstraZeneca, caso a UE não
receba primeiro as doses prometidas.
“Temos a opção de suspender as exportações planejadas. Esta é a nossa mensagem para a AstraZeneca: respeite o contrato com a Europa antes de começar a fornecer [doses] para outros países”,
disse a autoridade ao grupo de imprensa alemão Funke.
O Comissário Europeu Thierry Breton, responsável pelas vacinas, referiu-se à situação como “inaceitável”.
A AstraZeneca não identifica culpados. Mas os documentos oficiais europeus apontam apenas para dois países estrangeiros de fabricação: o Reino Unido e os Estados Unidos.
Segundo o New York Times, os Estados Unidos bloqueariam a exportação de 30 milhões de doses, considerando que ainda não autorizou a vacina.
Para a UE, o argumento não é válido, uma vez que outros laboratórios como a Pfizer já resolveram seus atrasos, e suspeita que a AstraZeneca tenha prometido mais do que poderia.
“Há um problema específico” relacionado ao grupo, garante um alto funcionário europeu à AFP, apontando “suspeitas nos círculos europeus segundo as quais a AstraZeneca vendeu as mesmas doses
várias vezes”.
A AstraZeneca rejeita a acusação e apesar desses problemas, as ações do grupo na bolsa de valores ganharam 3% esta semana.
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