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A pressão do governo contra a proposta que promete aumentar o valor da aposentadoria dos trabalhadores que voltem à ativa, a chamada "desaposentadoria", começou a dar frutos
concretos. Líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) formalizou ontem um pedido para que a proposta, que iria direto para a Câmara após ser aprovada em comissão temática, passe
pelo plenário da Casa. Com isso, a tramitação atrasa e facilita a organização da base governista para derrubar o projeto. A justificativa do governo para rechaçar a proposta é o rombo que o
recálculo da aposentadoria vai causar aos cofres públicos caso seja aprovada na ordem de R$ 70 bilhões em 20 anos, segundo estimativa do Ministério da Previdência Social. Apesar das
pressões do Executivo, Braga afirmou não ter ouvido do governo, em nenhum momento, que a intenção seja barrar a proposta em definitivo. "Queremos apenas avaliar em profundidade. A
avaliação do ministro da Previdência (Garibaldi Alves) é que o governo não teria condições de arcar com o impacto provocado por essa medida", ressaltou. Com interesse em atrasar a
proposta, o governo vai ter ainda outro trunfo sobre a tramitação. Assim que o pedido de Braga for colocado na pauta de votações no Plenário, o que fica a cargo do presidente da Casa, Renan
Calheiros (PMDB-AL), as lideranças governistas apresentarão um pedido para levar a matéria de volta a comissões temáticas. Autor da proposta, o senador Paulo Paim (PT-RS), lamentou a manobra
governista. "Aposentados e pensionistas voltaram a contribuir, querem apenas que o porcentual correspondente a contribuições que eles fizeram seja usado para o cálculo do benefício. O
rombo na Previdência é zero", destacou.