Polícia desconfia que novos coletes licitados pelo governo não resistam a tiros

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A Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol) pediu nesta quarta-feira (24) ao juiz da 8.ª Vara Criminal de Curitiba o bloqueio dos bens e valores de até de R$ 9,5 milhões de


todos os envolvidos no fornecimento, recauchutagem e adulteração de coletes à prova de bala às polícias Civil e Militar, assim como a declaração como inidônea da Inbra Terrestre, empresa


fabricante dos equipamentos. A petição, que incorpora conclusões de um inquérito policial conduzido pela Delegacia de Armas e Munições (Deam), foi apresentada apenas 20 dias após a Segurança


Pública dar a mesma empresa como vencedora de licitação para fornecer 5 mil novos coletes às duas corporações ao preço total de R$ 8,5 milhões. Os novos coletes substituiriam parte do lote


de 11 mil submetido à perícia pela delegacia que constatou, em amostragem de 1.300 unidades, que os equipamentos não se prestavam à proteção dos policiais: além de não resistirem à prova de


resistência a tiros, observou-se que teriam sido submetidos a reformas precárias e até à falsificação de suas datas de validade. Veja também A Adepol acusa a fabricante de cometer fraudes e


denuncia as autoridades da Segurança Pública de serem coniventes com a prática. Estranha também que, mesmo após perícia da Deam, um órgão de sua própria estrutura, elas tenham permitido que


a mesma empresa continue participando (e ganhando) licitações para fornecimento do mesmo material. A Inbra contesta. Diz que trabalha de conformidade com as regras determinadas pelo Exército


e que a perícia da Deam que apontou irregularidades não seguiu as normas aplicáveis para aferir a segurança dos coletes. DEBATE E PESQUISA MOSTRAM A CARA PÁLIDA DA CAMPANHA A disputa


eleitoral pela prefeitura de Curitiba começa a mostrar sua cara após o morno ou quase inexistente interesse popular pelo tema. Ajudam a mudar o clima a realização do debate televisivo entre


os candidatos e a divulgação da primeira pesquisa Ibope/RPC. O Ibope ainda não chegou a chacoalhar o cenário: apenas confirmou a liderança de Rafael Greca (28%), o segundo lugar para Gustavo


Fruet (19%) e a manutenção de empate técnico de Requião Filho (PMDB), com 16%, com o candidato à reeleição. Observe-se, no entanto, que quase um quarto do eleitorado ainda não definiu em


quem votará ou se declara mais inclinado a votar branco/nulo. Os que manifestam pouco ou nenhum interesse pela eleição somam 56% dos curitibanos. Embora o debate da TV Bandeirantes da


segunda-feira à noite não tenha influído no resultado da pesquisa, o que se viu nele foi o próprio retrato dos motivos do desinteresse: em raras ocasiões, o que se viu foi apenas o “mais do


mesmo” – um desfile de propostas fantasiosas ou demagógicas, despregadas da realidade cruel que a cidade precisa mudar. Apenas dois dos nove candidatos tentaram levar os demais a perceber os


absurdos que advogavam. Um deles foi o deputado Tadeu Veneri (PT), que ironizou a promessa do adversário Rafael Greca (PMN) de asfaltar 3 mil quilômetros de ruas de Curitiba – algo como


quatro viagens entre Paranaguá e Foz do Iguaçu, dois extremos do Paraná. O prefeito Gustavo Fruet (PDT) também se empenhou em baixar a adrenalina oportunista dos adversários mostrando-lhes a


aridez do caixa e a impossibilidade prática de fazer o que prometem. E lamentou que desconheçam os avanços que, supostamente, sua administração promoveu. FICHA TÉCNICA DA PESQUISA


Contratada pela Sociedade Rádio Emissora Paranaense S.A, a pesquisa Ibope foi realizada de 19 e 22 de agosto com 602 eleitores. A margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para


menos, com 95% de confiança. Registro no TRE-PR sob o nº PR-04300/2016.