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Um dos destaques na propaganda eleitoral da então candidata Dilma Rousseff em 2010 foi a exaltação das Unidades de Pronto Atendimento 24 horas, as chamadas UPAs. Apesar de mostrar a
utilidade delas e apontar o governo do estado do Rio de Janeiro como grande exemplo, as promessas que acompanhavam imagens de uma população satisfeita parecem estar longe de serem cumpridas.
Apenas um terço dessas unidades prometidas pelo governo federal em 2011 foram construídas. Em julho do ano passado, o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães Júnior, garantiu que
99 UPAs seriam inauguradas, mas só 30 estão funcionando. Se o ritmo das obras continuar o mesmo, o anunciado na corrida eleitoral 500 UPAs até 2014 só será cumprido em 2026. Procurado
durante uma semana, o Ministério da Saúde afirmou que o secretário estava com a agenda cheia e não poderia dar entrevistas para falar sobre o erro na previsão. Hoje funcionam 131 UPAs no
Brasil. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez promessa idêntica aos brasileiros: 500 UPAs atenderiam a população até o fim do seu governo. Antes de Dilma assumir, no entanto, só um
quinto do apalavrado foi cumprido: 101 UPAs foram o legado de Lula. Se os compromissos forem levados ao pé da letra e dos números , o país deveria ter, segundo os governantes petistas,
mil UPAs até o fim do mandato de Dilma (500 de Lula mais 500 de Dilma). Para a presidente do Conselho Nacional do Secretários de Saúde (Conass), Beatriz Dobashi, há problemas burocráticos
que inviabilizam as construções. Perguntada se a promessa de Dilma é realista, ela diz que o financiamento é a questão principal. "Considerando que elas (as UPAs) seriam implantadas em
todo o Brasil, a questão primordial seria a disponibilidade financeira da União. Por outro lado, houve problemas operacionais em relação à titularidade dos terrenos; processos licitatórios.
Ou seja, dá a impressão que esse número foi trabalhado no final de uma gestão, mas não conseguiu reunir as condições necessárias para acontecer na gestão seguinte (gestão de Dilma)",
explica. O secretário Helvécio Magalhães Júnior afirmou, à época, que a pretensão do governo é mesmo chegar a 1 mil UPAs em 2014. Assim, isso significa que, até lá, mais 869 unidades têm de
ser inauguradas. Para tanto, seria necessário que o governo inaugurasse cerca de seis UPAs por semana até o fim do mandato de Dilma. Em 2011, a média de inauguração foi de 0,5 UPA por
semana. Acompanhando a evolução de 2011, só seria possível chegar às 1 mil no segundo semestre do ano de 2038.