Sacolona chega a comunidades do rio de janeiro

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Um desafio que se transformou numa fonte de renda e numa alternativa de reaproveitamento. Há três anos, a concessionária de rodovias CCR-Rodonorte procurou a Associação para a Produção de


Sacolas Recicláveis (Aprosar) de Ponta Grossa (Campos Gerais) com muitos e muitos metros quadrados de lonas de comunicação – utilizadas em avisos e campanhas publicitárias – que não podiam


ser descartadas. Com habilidade e criatividade, as costureiras da entidade transformaram o material plástico em bolsas, pastas, sacolas, estojos e vários outros itens. O projeto que ganhou o


nome de SacoLona agora chega a comunidades carentes do Rio de Janeiro. Representantes da empresa e da associação passaram um dia inteiro, no fim de abril, apresentando o projeto para as


integrantes da Associação das Costureiras Autônomas do Morro Cantagalo (Corte e Arte). A organização beneficia mulheres dos morros do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho. Desde dezembro de 2009,


a área abrangida pelas duas comunidades recebeu uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). "A associação surgiu, há 17 anos, como uma forma de as mulheres das duas comunidades


produzirem e gerarem renda sem precisarem sair daqui. Antes da UPP, era um local muito violento e elas tinham medo de sair trabalhar longe e ter de deixar os filhos em casa, devido ao


risco", relata a presidente da Corte e Arte, Elisete Napoleão. A associação, que já produz camisetas, bolsas e faz pequenos consertos de roupas, também topou o desafio de trabalhar com


as lonas de comunicação. "Nós já tivemos uma experiência com lona, mas aprendemos técnicas novas e de melhor acabamento com o pessoal de Ponta Grossa", avalia Elisete. Assim como


na cidade paranaense, a Corte e Arte vai receber as lonas de comunicação utilizadas pela Ponte, concessionária do grupo CCR no Rio de Janeiro. A associação conta com 22 costureiras.


"Estamos sentindo firmeza nessa comunidade. A empresa vai investir no potencial das costureiras, capacitá-las e viabilizar maquinário. A contrapartida delas é se esforçarem para começar


a produzir para o SacoLona até junho", afirma a coordenadora de programas sociais da Rodonorte, Rúbia Galvão. Assim como já acontece em Ponta Grossa, a própria empresa garante parte da


compra da produção da associação. "A lona serve muito bem para a confecção dos produtos. A Aprosar tem conseguido fechar boas vendas. Exemplo disso foi o pedido de uma grande


quantidade de malotes para a Secretaria Geral da República, em Brasília. O projeto está ficando cada vez mais conhecido", sustenta Rúbia. Depois de Ponta Grossa, onde começou, o projeto


ainda foi levado para São José dos Campos (SP), Niterói (RJ) e, agora, para o Rio.