Mp-ba investiga afoxé filhos de gandhy por vetar participação de homens trans

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O Ministério Público da Bahia (MP-BA) abriu uma investigação para apurar se o afoxé Filhos de Gandhy cometeu transfobia ao vetar a participação de homens trans no grupo. A apuração começou


após a repercussão de um comunicado do grupo que afirmava que “só poderão ingressar na associação pessoas do sexo masculino cisgênero”. O afoxé Filhos de Gandhy é um dos principais e mais


tradicionais blocos de Carnaval em Salvador (BA). No comunicado, o grupo declara que a participação de homens cisgêneros está prevista no estatuto social da entidade. O MP-BA entende, no


entanto, que o documento não respeita as diretrizes legais e constitucionais, especialmente após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que equiparou a homofobia ao crime de racismo. De


acordo com a assessoria de imprensa do órgão, a postura do grupo está “redefinindo, de maneira arbitrária e discriminatória, quem pode ser reconhecido como homem dentro de sua organização”.


GRUPO AFIRMOU QUE NÃO VAI USAR TERMO “CISGÊNERO” Na decisão que equipara homofobia ao crime de racismo, a Corte definiu que deve-se respeitar a liberdade religiosa, sem restringir ou


limitar o seu exercício e assegurando o direito de pregar e divulgar suas convicções. Contudo, o MP-BA argumenta que, apesar das raízes religiosas e culturais, o grupo “ocupa o espaço


público e recebe incentivos financeiros e institucionais, estando, portanto, submetido ao controle dos princípios constitucionais”. Após a repercussão do caso, os Filhos de Gandhy divulgaram


uma nota nas redes sociais informando que retirarão o termo “cisgênero”, usando apenas “sexo masculino”, em seus comunicados. O grupo também anunciou que convocará uma assembleia para


discutir possíveis alterações em seu estatuto social. VEJA TAMBÉM: