Onu vê momento 'histórico' para fim do conflito em darfur

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O chefe da missão humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU) disse neste sábado que o acordo para novas negociações entre as partes envolvidas no conflito de Darfur, no Sudão, traz


uma oportunidade histórica para pôr fim à guerra que já matou 200 mil pessoas. Em encontro na quinta-feira na capital etíope de Adis-Abeba, os negociadores concordaram que o acordo de paz


assinado em maio apenas por uma das três facções rebeldes não era adequado e propuseram o início de um novo processo de paz sob liderança conjunta da ONU e da União Africana. - O Acordo de


Paz de Darfur não é suficientemente inclusivo... e isso leva à insegurança, piorando a situação humanitária e limitando o acesso da ajuda humanitária - disse o comunicado final do encontro.


O coordenador humanitário da ONU Jan Egeland afirmou que o acordo de Adis representa um momento de virada que deve ser aproveitado para que seja negociada uma paz respeitada pelos habitantes


de Darfur, muitos dos quais criticavam o acordo de maio. - Temos agora um momento histórico de oportunidade em Adis-Abeba... vimos o surgimento de um acordo para esforços políticos


renovados para solucionar esse desastre criado pelo homem - declarou ele em Cartum. Até agora, o governo sudanês e o grupo rebelde que firmou o acordo em maio se negaram a aprovar mudanças


no tratado. Egeland disse ainda que houve em Adis-Abeba um acordo para o estabelecimento de uma força efetiva de proteção aos civis. Um contigente da União Africana na região foi incapaz de


proteger a população, dizendo não possuir equipamento militar suficiente, além de um mandato fraco. Um encontro envolvendo todas as partes do conflito deve ser marcado para as próximas


semanas, afirmou o comunicado. Analistas políticos, porém, estão mais céticos que as autoridades. - Pouca coisa ficou de fato acertada até agora. Todas as principais questões em termos de


forças, mandato e participação de tropas da ONU ainda não estão claras - observou Dave Mozersky, especialista em Sudão do centro de pesquisas International Crisis Group - Eles não parecem


ter resolvido realmente nenhuma das questões críticas remanescentes. Isso não soa como o grande avanço que todos esperavam.