Corte de honduras refuta ultimato da oea

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Manifestantes contrários ao governo interino protestam no centro de Tegucigalpa, a capital hondurenha, durante visita de representante da OEA Veja também Tegucigalpa - O primeiro esforço


diplomático do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, para convencer as autoridades hondurenhas a aceitarem o retorno ao poder do presidente


deposto Manuel Zelaya, falhou na tarde de ontem. Em seu primeiro compromisso na capital Tegucigalpa, Insulza se reuniu com a Corte Suprema. No encontro, o órgão máximo do Judiciário


hondurenho rejeitou o ultimato para a restituição de Zelaya. Segundo o porta-voz da Corte, o presidente do órgão, Jorge Rivera, rejeitou a hipótese de que Zelaya volte ao poder e disse a


Insulza que há um mandado de prisão contra o presidente deposto. Já Insulza saiu do encontro de duas horas sem dar declarações à imprensa. Na sequência, se reuniria com os dois principais


candidatos à Presidência, nas eleições marcadas para 29 de novembro. Um deles é o ex-vice-presidente de Zelaya, Elvin Santos, que rompeu politicamente com o seu companheiro de chapa e ganhou


as primárias do Partido Liberal (centro-direita). Insulza ainda planejava se reunir com a Promotoria, que emitiu uma ordem de captura contra Zelaya, e com a cúpula da Igreja Católica


hondurenha, que vem dando sinais de apoio ao novo governo. A aterrissagem de Insulza, que viajou num avião Legacy da FAB (Força Aérea Brasileira) foi marcada por um pequeno incidente. Ao


saber que o novo chanceler do país, Enrique Ortez, lhe esperava na pista com honras militares, o secretário-geral mandou avisar que não se encontraria com ninguém do governo interino de


Roberto Micheletti. O impasse foi resolvido quando Ortez deixou a base aérea de Tegucigalpa pouco antes da chegada de Insulza. Na quarta-feira, a Assembleia Geral da OEA aprovou um ultimato


de 72 horas para que o governo interino hondurenho restitua Zelaya à Presidência de forma "imediata, segura e incondicional’’. Do contrário, o país teria a sua filiação suspensa da


entidade internacional. Hoje, o organismo volta a se reunir em Washington para tomar uma decisão final sobre o caso hondurenho. Caso Zelaya não seja restituído hoje – cenário mais provável


–, Honduras perderá o direito de participar das sessões da Assembleia Geral e de qualquer outro corpo ou atividade da OEA. A medida, no entanto, não inclui nenhum tipo de sanção econômica


contra o país. CRÉDITO CANCELADO Zelaya passou ontem a depender do próprio bolso ou da solidariedade externa para bancar suas despesas com viagens, alimentação e hospedagem, segundo a


imprensa hondurenha alinhada aos golpistas. O cartão de crédito internacional custeado pelo Estado de Honduras foi cancelado ao meio-dia de ontem depois de Zelaya gastar US$ 80 mil desde


domingo.