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O técnico Cuca tem uma decisão pela frente neste sábado (28). Mas nada do chamado ‘padrão Fifa’. Campeão da Libertadores com o Atlético-MG em 2013, o curitibano estará em campo comandando o
ataque do Flamengo de Santa Felicidade na final do Campeonato Cinquentinha, torneio amador da capital para veteranos. A decisão é contra o Capão Raso e basta um empate para a equipe do
treinador ficar com a taça. Cuca aproveita férias forçadas em Curitiba. No futebol chinês desde o início de 2014, o treinador está impedido de comandar o Shandong Luneg. Após trocar socos
com um bandeirinha na liga do país asiático, ele acabou suspenso. Na última quinta-feira (26) , na Câmara Municipal, o técnico recebeu o título de Vulto Emérito de Curitiba, maior homenagem
dada pelos vereadores a pessoas nascidas na capital. Cuca conversou com a GAZETA DO POVO e, além da experiência no futebol amador, falou sobre o provável retorno ao futebol brasileiro em
2016 e a situação atual de Atlético, Coritiba e Paraná. VOCÊ TEM UMA RELAÇÃO ESPECIAL COM O FUTEBOL AMADOR, COM A SUBURBANA. DE ONDE VEM ISSO? Sou de Santa Felicidade e sempre torci para o
Iguaçu. Gosto do pessoal do Trieste, que também é de lá, mas sou Iguaçu. É um Atletiba. Eu jogava pelo Iguaçu, mas treinei no Trieste também. Hoje estou com 52 anos e quando venho da China
minha maior alegria é estar jogando lá no Flamenguinho, no Campeonato Cinquentinha, contra Capão Raso, Santíssima Trindade, é meu Maracanã. Fico muito feliz quando estou em campo,
independentemente de qual clube. Poder ainda jogar é muito gostoso. MESMO DE LONGE, VOCÊ ACOMPANHA O FUTEBOL PARANAENSE? O QUE PODE DIZER SOBRE O ANO DOS TIMES DA CAPITAL? O Atlético teve um
Paranaense muito ruim e, para a surpresa de todos, fez um primeiro turno [de Brasileirão] brilhante, com uma arrancada muito boa que deu um gás, um oxigênio para administrar até o fim. Com
o Coritiba foi diferente. A dificuldade foi no campeonato todo, ainda está lutando. Agora, praticamente com uma vitória se safa. E tomara que aconteça logo para que não dependa do último
jogo com o Vasco. E no Paraná foi vendida a ideia do acesso e, infelizmente, não aconteceu. O clube já está com novo treinador, se organizando para 2016, e tomara que possa voltar para a
Primeira Divisão para termos os três clubes paranaenses na Série A. COMO TEM SIDO OS ÚLTIMOS DOIS ANOS DE EXPERIÊNCIA NA CHINA? Não é fácil. É uma mudança muito grande, outra cultura, outra
alimentação, língua. Minha maior dificuldade é estar dentro do campo, falando com um jogador e precisando de um intérprete. Você tem que falar, esperar aquele tempo para que ele passe a
mensagem para o jogador. Às vezes se perde o _timing_. Já aprendi muitas palavras em chinês, as principais que a gente usa dentro do campo, e eles aprenderam muitas em português, coisas da
bola, essenciais, então hoje está um pouco mais fácil. Mas a cultura é muito difícil, muito diferente do que a gente tem aqui. VOCÊ ACHA QUE OS JOGADORES QUE ESTÃO ATUANDO LÁ MERECEM UMA
CHANCE NA SELEÇÃO BRASILEIRA? É difícil falar. Claro que o nível não é igual, vai demorar muito e não sei se um dia vai chegar a ser competitivo. O jogador e o treinador, quando vão para lá,
sabem que vão ganhar no lado pessoal/profissional e vão perder no outro lado também, que é visibilidade. Está no preço. Tem essa perda, mas o ganho [financeiro] que aqui no Brasil você leva
15 anos para ter, lá você tem em dois. E O FUTURO? VOCÊ TEM MAIS UM ANO DE CONTRATO. VAI CONTINUAR POR LÁ OU VOLTA PARA O BRASIL? Pode ter novidade porque eu tive alguns problemas de ordem
pessoal, que prefiro não falar, e isso acarreta em uma dificuldade para mim. Eu pretendo cumprir meu contrato lá, mas pode ocorrer [algum fato novo] por parte da diretoria do Shandong. Ano
passado, o clube trocou o presidente e esse ano está trocando a vice-presidência, então pode acontecer algo por parte do clube. > “Hoje estou com 52 anos e quando venho da China minha
maior > alegria é estar jogando lá no Flamenguinho, no Campeonato > Cinquentinha, contra Capão Raso, Santíssima Trindade, é meu > Maracanã” > Cuca técnico de futebol SÃO PAULO E
ATLÉTICO-MG ESTÃO COM O CARGO DE TREINADOR VAGO. ISSO TE SEDUZ DE ALGUMA MANEIRA? Lógico que a gente tem vontade de estar trabalhando em um grande clube brasileiro, mas eu fiz uma escolha de
ir pra China e não me arrependo disso. Já cumpri quase 75% do meu contrato lá e foi muito valioso. A gente aprende coisas. Um pouco mais de paciência, de equilíbrio. Quando eu voltar a
trabalhar aqui no Brasil, tomara que eu possa colher frutos de toda essa experiência. O GRANDE MOMENTO DA SUA CARREIRA COMO TREINADOR FOI O TÍTULO DA LIBERTADORES COM O ATLÉTICO-MG? Como
conquista, sem dúvida, foi esse. Mas, tive alguns outros bons momentos também. Aquilo que a gente fez com o Fluminense [em 2009] é coisa de Deus, era 99% de risco de cair e conseguimos nos
salvar. Sempre lembro também do meu início na Primeira Divisão, no Paraná. Tive boas montagens de time ainda no São Paulo e no Botafogo, sempre jogando futebol bonito. Foi muito prazeroso de
trabalhar. VOCÊ FALA QUE A PASSAGEM NO PARANÁ, EM 2003, ABRIU AS PORTAS NA SUA CARREIRA. QUAIS AS LEMBRANÇAS QUE VOCÊ TEM? Tenho uma lembrança muito grande e sempre um agradecimento ao
Dionísio Filho [comentarista que faleceu em fevereiro]. O Cuquinha [irmão de Cuca], pediu uma força para a gente ir para o Paraná e ele aceitou. O Paulo Welter, o Vavá, Zé Domingos, que eram
os diretores, acreditaram também. O Paraná lutou até a última rodada para não cair no Parananense e dez dias depois já tinha estreia no Brasileiro contra o Santos. Nós montamos um time
nesses dez dias. Trouxemos o Flávio, o Renaldo, o Pierre, o Caio, o Valentim, o Fernandinho. Deu uma liga maravilhosa, o Paraná jogava muito bem e chegamos até mesmo a liderar o campeonato.
Tenho uma lembrança muito viva daquela oportunidade que o Paraná me deu e uma gratidão muito grande também.