Ufpr suspende o calendário letivo por causa da greve

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O CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO (CEPE) da UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) aprovou nesta sexta-feira (29) a suspensão do calendário letivo da universidade a partir de hoje em


função da greve dos professores, iniciada em 17 de maio. Dos 23 integrantes do Conselho, 13 votaram a favor da decisão. O calendário acadêmico, por outro lado, não foi modificado. Com isso,


atividades como o Festival de Inverno, a Feira de Profissões e as comemorações do centenário da universidade não serão canceladas. A medida atinge a realização das aulas, o lançamento das


notas e as matrículas dos alunos que foram aprovados no vestibular de inverno da UFPR Litoral. O Conselho também estabeleceu algumas exceções: alunos do 12º período de Medicina poderão


prosseguir normalmente as atividades de estágio, disciplinas que não pararam durante a greve devem realizar exames finais de 2 a 7 de julho e os estudantes de intercâmbio do Ciência sem


Fronteiras estão liberados para seguir o cronograma do programa. O Cepe acatou ainda o pedido dos acadêmicos de que as bibliotecas dos cursos, muitas delas fechadas por causa da greve,


funcionassem em sistema de plantão. Isso porque, como o Capes e o CNPq não alteraram as datas para entrega de teses com a paralisação dos docentes, os alunos dos cursos de pós-graduação


estão sendo prejudicados. Também ficou estabelecido que a estruturação do calendário de reposição das aulas ocorrerá apenas quando terminar a greve. Para o reitor da universidade, Zaki Akel


Sobrinho, o resultado da reunião respeita o direito à greve e também o dos professores que continuaram dando aulas. "Foi uma solução de equilíbrio, tomada após um debate de mais de duas


horas e de receber a posição de diversas lideranças. Entendemos como legítimas as reivindicações dos docentes e, ao mesmo tempo, priorizamos o interesse dos alunos", disse. PARALISAÇÃO


A greve dos professores é nacional e conta com a participação de 57 instituições federais de ensino superior. A mobilização espera a apresentação de uma proposta de reajuste salarial e


alteração do plano de carreira dos docentes, prometida pelo governo a Andes, Sindicato Nacional dos Docentes de Instituição de Ensino Superior em um encontro ocorrido em 12 de junho. Naquela


ocasião, o governo pediu tempo para formular uma proposta formal aos professores, sugerindo que a carreira dos docentes poderia ter como base a dos servidores da área de ciência e


tecnologia. O Ministério do Planejamento solicitou ainda aos docentes a suspensão da greve por 20 dias, tempo no qual seguiriam as negociações. A categoria rejeitou o pedido de trégua da


paralisação. O governo, por sua vez, desmarcou uma segunda reunião agendada para o dia 19 de junho, mas se comprometeu a se encontrar com os grevistas nos próximos dias. Veja também