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O vínculo positivo com o aprendizado é cultivado principalmente pela relação entre o aluno e o professor, desde os primeiros anos de escola. Porém, no dia a dia, essa ligação pode ser
abalada por algumas atitudes que ficam, na maioria das vezes, na conta do educador. Mas é importante não tachar simplesmente um professor de “ruim” quando ele perde a mão em algum ponto.
Sob pressão, salários baixos e acúmulo de tarefas burocráticas, a profissão é repleta de estigmas. “E, contraditoriamente, exige profissionais pacientes, inteligentes e que tenham respostas
para tudo”, observa Thalita Tomé, coordenadora pedagógica do programa Ensina Mais Turma da Mônica. Além disso, a constante inquietação e autocrítica são características importantes para
todo bom professor, que vai se preocupar diariamente com a melhor forma de ensinar. Algumas escorregadas comportamentais, porém, podem atrapalhar essa dinâmica. E todos saem perdendo. “O
objetivo do professor é mais do que ensinar bem, é ensinar o estudante a aprender. Atitudes contrárias, que não facilitam a relação com o aluno e o conhecimento, vou ter problemas com a
aprendizagem. É preciso cuidar muito dessa relação vincular”, afirma Evelise Portilho, especialista em psicologia da educação e professora de Pedagogia da PUCPR. Veja abaixo alguns sinais
de que o professor precisa rever suas práticas (o interessante é que alguns valem também para o aluno que anda merecendo nota baixa). 1) QUESTÕES BUROCRÁTICAS VÊM ANTES DO CONTEÚDO DAS
AULAS Neste item, o sistema é determinante, já que costuma envolver o educador em inúmeras tarefas burocráticas. Além das pilhas de provas e trabalhos por corrigir, muitas aulas em
diferentes escolas para completar o orçamento, o professor precisa preencher documentos que tomam um tempo precioso que poderia ser aplicado em preparar as aulas com mais calma ou em
formação. Planejamento cuidadoso pode ajudar a equacionar o problema de falta de tempo. “Quando a turma não está correspondendo às expectativas, vale pensar: será que é o conteúdo ou é a
forma com que eu estou passando para os alunos?”, sugere Cíntia Cargnin Cavalheiro Ribas, coordenadora do curso de pedagogia da Opet. 2) FALTA DE PLANEJAMENTO O professor se perde na falta
de planejamento e chega para as aulas sem muito repertório. Não leu o conteúdo a fundo, não preparou a aula e vai tentar improvisar em cima da hora. As atividades também brotam na pressão
da necessidade de avaliar o aluno, mas sem método ou propósito claros. Segundo Evelise Portilho, indícios de que o professor está um tanto perdido podem ser percebidos por material enviado
por ele para casa. “As instituições que formam o corpo docente no Brasil não trabalham organização e planejamento. É preciso que o professor busque essas ferramentas para conseguir ter uma
rotina mais tranquila”, avalia Thalita. 3) DIÁLOGO DIFICULTADO COM ALUNOS E PAIS Comunicação entre o educador e a família de seus estudantes é primordial. Se o educador coloca muitas
barreiras para esse diálogo, mau sinal. Quando, além disso, a comunicação também for truncada, ou pior, desestimulada durante as aulas, o ambiente de aprendizado também fica comprometido.
Que aluno vai se sentir confortável para sanar dúvidas ou pedir referências a respeito de um assunto pelo qual se interessa? A recomendação é insistir no contato e se, mesmo assim, o
professor for avesso ao diálogo, pedir que a direção ou coordenação pedagógica faça esta mediação. Ficar atento à política da escola antes da matrícula também é indicado. “Há instituições
mais fechadas, em que os professores são proibidos de conversar na porta da escola, por exemplo. Às vezes o problema é da instituição”, diz Cíntia. 4) CONTEÚDO DESATUALIZADO Por mais
jovens que os alunos sejam, eles conseguem perceber, nos gestos do professor, seu domínio (ou falta de) sobre o conteúdo que está ensinando. “As emoções são expressas no físico e as crianças
conseguem dizer quando um professor não está bem ou está pouco à vontade. Isso interfere bastante na disposição deles”, diz a professora da PUCPR. 5) ATITUDE COMBATIVA COM OS ALUNOS O
professor tem uma atitude mais agressiva e não abre espaço para interrupções ou dúvidas. O que ele expõe é lei e o aluno fica acuado diante da postura enérgica do mestre. “Ansiedade, em
alguma medida, é interessante para o aprendizado porque obriga a ser proativo. Mas quando o medo é muito grande, paralisa”, avalia Evelise. De acordo com a professora, ao contrário do que se
acredita, estudos têm mostrado que professores jovens tendem a ser mais autoritários do que os mais experientes. “Quando há uma insegurança no manejo da profissão, essa postura arredia
busca evitar a exposição de eventuais falhas”, afirma. 6) JOGAR A RESPONSABILIDADE DA APRENDIZAGEM PARA A FAMÍLIA Os pais devem observar as devolutivas do professor para avaliar se ele
não está colocando nas mãos da família a responsabilidade da aprendizagem da criança. “Há casos em que o profissional relata dificuldade do aluno. Mas, após testes, fica provado que, na
verdade, não houve adequação metodológica em sala de aula”, exemplifica Cíntia. 7) NÃO LEVAR EM CONTA DIFERENTES TIPOS DE APRENDIZAGEM Ter em mente as particularidades de cada aluno é
praxe do professor e é preciso buscar estratégias metodológicas que atendam a essa diversidade dentro de uma sala de aula. “É preciso estar aberto a mudanças e isso só se consegue com
atualização. Como professora, percebo que preciso disso quando minhas expectativas não estão sendo atingidas. Os alunos estão agitados demais e eu não consigo fazer o meu trabalho ”, afirma
Cíntia.