Gerdau e usiminas superam previsões de lucro no 4o trimestre

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Disciplina de custos e demanda em alta no mercado doméstico ajudaram as duas maiores produtoras de aço do Brasil a superar as estimativas de LUCRO TRIMESTRAL, levando suas ações à primeira


alta em quase uma semana. GERDAU E USIMINAS informaram que a valorização da moeda brasileira ajudou a reduzir os juros sobre a dívida em dólar, ao mesmo tempo em que um melhor mix de vendas


de produtos e esforços para redução de despesas foram ingredientes importantes para ambas lidarem com a pior crise na indústria em décadas. Em 2009, SIDERÚRGICAS em todo o mundo enfrentaram


uma forte queda da demanda no recessivo no setor automotivo, na construção e no segmento de eletrodomésticos. O BRASIL, com medidas do governo para estimular a economia, foi um dos únicos


países do mundo em que as vendas de carros cresceram no ano passado. "A visão geral que temos é que os mercados vão continuar se recuperando, porém de forma distinta, dependendo da


região geográfica", afirmou a jornalistas o presidente-executivo da Gerdau, ANDRÉ GERDAU JOHANNPETER. A Gerdau, maior produtora de aços longos das Américas, e a Usiminas, maior


produtora brasileira de aços planos, estão apostando em investimentos em infraestrutura no Brasil nos próximos anos. Mas as duas empresas alertaram que a situação ainda incerta da economia


global, o aço importado barato e a volatilidade do câmbio podem prolongar o tempo de recuperação de seus negócios. As ações preferenciais da Usiminas subiam 5,2 por cento minutos antes do


fechamento, a 49,75 reais, enquanto as da Gerdau ganhavam 4,4 por cento, a 26,21 reais. A Usiminas teve queda de 32 por cento no lucro do quarto trimestre na comparação anual, mas ainda


assim o resultado foi melhor do que a redução de 62 por cento estimada, em média, por sete analistas consultados pela Reuters. A Usiminas teve lucro líquido de 633 milhões de reais de


outubro a dezembro. "A indústria, de maneira geral, está tentando se adequar ao novo ritmo de demanda", disse o presidente-executivo da Usiminas, Marco Antonio Castello Branco, a


analistas. O lucro líquido da Gerdau mais do que dobrou no quarto trimestre ante o mesmo intervalo de 2008, para 643 milhões de reais, graças ao menor serviço com a dívida e um mix favorável


de vendas. Para Gerdau, analistas esperavam alta de 71 por cento no lucro. O negócio de aços especiais da Gerdau ampliou sua produção pelo segundo trimestre consecutivo, ofuscando a fraca


produção do grupo na América do Norte. A CSN, outra grande siderúrgica brasileira, divulgará seu resultado trimestral após o fechamento da Bovespa nesta quinta-feira. Cinco analistas ouvidos


pela Reuters esperam, em média, lucro de 635 milhões de reais, queda de 84 por cento contra um ano antes. MINÉRIO DE FERRO Com o pior da crise para trás, a Usiminas está considerando cindir


sua unidade de minério de ferro para se beneficiar de um apertado equilíbrio entre oferta e demanda do insumo esperado para os próximos anos. O negócio de mineração da Usiminas respondeu


por cerca de 14 por cento do fluxo de caixa operacional da companhia e teve margem acima de 50 por cento. "Na nossa opinião, investidores estão apenas precificando (nas ações da


Usiminas) a produção atual de minério de ferro e não qualquer crescimento potencial", escreveu em relatório a equipe de análise do Goldman Sachs. No ano passado, a CSN revelou planos de


listar em bolsa sua unidade de minério de ferro, que é avaliada em 12 bilhões de dólares por alguns analistas, além de ser a unidade de negócios da companhia que mais cresce. O


presidente-executivo da Gerdau disse que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo está alimentando o crescimento da siderurgia. Ainda assim, Gerdau e Usiminas descartaram


aumentos de preços do aço no Brasil em 2010. A recente volatilidade do real poderia prejudicar a receita com exportações das empresas e distorcer o valor de suas operações no exterior,


especialmente na Gerdau, segundo analistas. Um real mais forte também poderia tornar mais barato o aço da China, o que ameaçaria as vendas internas de Gerdau e Usiminas. "Permanecemos


cautelosos em relação aos preços dos aços planos no mercado doméstico, que poderiam enfrentar pressão das importações, especialmente com o fortalecimento (do real)", escreveu em


relatório o analista Rodolfo de Angele, do JPMorgan Chase. Veja também