Florianópolis: os pontos fortes e os desafios da cidade mais competitiva do país

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Florianópolis é a cidade mais competitiva do Brasil, segundo o Ranking de Competitividade dos Municípios. O levantamento, realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a


_govtech _Gove e a consultoria Seall, foi divulgado na manhã desta quarta-feira (21), em Brasília. Pelo segundo ano consecutivo, a capital catarinense ocupa a primeira posição, seguida por


São Paulo e Vitória (ES). O ranking utiliza indicadores que medem como as políticas públicas são implementadas e como elas contribuem para o bem-estar social. "A cultura de tomada de


decisão baseada em evidências pode tornar o setor público brasileiro muito mais eficiente", afirma Tadeu Barros, diretor-presidente do CLP. Mesmo mantendo a liderança, a cidade caiu em


duas das três dimensões analisadas: instituições (que avalia a sustentabilidade fiscal e o funcionamento da máquina pública), na qual recuou sete posições, caindo para a 46ª colocação no


ranking, e sociedade (que mostra acesso e qualidade da saúde e educação, segurança, saneamento e meio ambiente), onde perdeu 22 lugares, indo para 64°. "As dimensões instituições e


sociedade se mostram como as principais oportunidades de melhoria para o município permanecer na liderança", aponta o ranking da CLP. VEJA TAMBÉM: DIMENSÃO ECONÔMICA: O PONTO FORTE DE


FLORIANÓPOLIS Florianópolis, um dos principais polos de tecnologia de informação do país e importante destino turístico, apresenta um bom desempenho em quase todos os pilares que formam a


dimensão. Avançou uma posição em dinamismo econômico e inovação, indo em ambas para o segundo lugar nacional. Recuou duas posições em capital humano, indo para o terceiro lugar no país e


subiu três colocações na inserção econômica (6ª no Brasil). Uma série de aspectos favorece o posicionamento da capital catarinense, destaca o CLP: * Economia robusta e diversificada, * Alto


PIB per capita e renda média do trabalho formal, * Complexidade econômica * Crédito per capita “A qualificação dos trabalhadores com carteira assinada na cidade é elevada, e há um grande


número de empregados no setor criativo”, destaca Carla Marinho, porta-voz do CLP para assuntos governamentais e de competitividade. Outro destaque no capital humano, de acordo com o CLP, são


os bons posicionamentos na taxa bruta de matrícula no ensino técnico e profissionalizante (11° lugar) e no ensino superior (22° lugar). Entre as capitais estaduais, Florianópolis possui a


sexta menor taxa de desemprego entre a população com mais de 14 anos: 4,9% no segundo trimestre do ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Brasil, essa taxa


foi de 6,9% no mesmo período. A remuneração média mensal dos florianopolitanos foi a segunda mais atrativa entre as capitais brasileiras no final do segundo trimestre: R$ 5.879, de acordo


com o IBGE. Esse valor é 82,9% superior à média nacional e 66,4% maior do que a de Santa Catarina. A cidade também avançou significativamente em complexidade econômica, com um crescimento de


22 posições em relação ao ano passado, e ocupa o segundo lugar em recursos destinados a pesquisa e desenvolvimento (P&D). SEGURANÇA: MORTES VIOLENTAS DIMINUEM, MAS ROUBO E FURTO DE


CELULARES PREOCUPAM Outro ponto de destaque para Florianópolis, segundo o CLP, é a segurança. A cidade é a segunda mais segura do Sul do Brasil, atrás apenas de Blumenau, e a 13ª no país em


menor número de mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes. Em 2023, a taxa foi de 7,1, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), pouco menos de um terço da


média nacional. Em 2023, o número de homicídios dolosos (quando há intenção de matar) na cidade caiu 34,1% em relação ao ano anterior. As lesões corporais seguidas de morte diminuíram 50%, e


os feminicídios, 66,7%. Já o número de latrocínios permaneceu estável. Por outro lado, o roubo de celulares é uma questão preocupante. Florianópolis é a 31ª cidade no ranking de municípios


com mais de 100 mil habitantes em número de celulares roubados ou furtados, e a primeira no Sul do país. Em 2023, foram registrados 940,3 aparelhos roubados ou furtados por 100 mil


habitantes. “São crimes de oportunidade, suscetíveis a diversas variáveis como local, horário, poder de compra das vítimas e tipo de dispositivo”, destaca a edição deste ano do Anuário


Brasileiro de Segurança Pública. SINAIS DE ALERTA NA ECONOMIA E DEMOGRAFIA Apesar da força econômica, Florianópolis apresenta alguns sinais de alerta. Um deles é a geração de empregos


formais. Entre janeiro de 2020 e junho de 2024, o crescimento foi de 8,1%, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Novo Caged/MTE). No Brasil, a


expansão no período foi mais do que o dobro, alcançando 18,3%. O peso de Florianópolis no PIB nacional diminuiu de 0,29% em 2002 para 0,26% em 2021, último dado disponível pelo IBGE. Nos


últimos dois anos da pesquisa, a cidade vem registrando quedas. Um ponto em que o munícipio tem grande oportunidade para melhoria relativa é o de telecomunicações. Ela perdeu 34 posições no


Ranking de Competitividade e agora está na 207ª posição, Outro desafio é a demografia. A população de capital catarinense cresceu a um ritmo médio anual de 2,05% entre os censos de 2010 e


2022, sendo a terceira maior taxa entre as capitais do país, atrás de Boa Vista (RR) e Palmas (TO). O incremento é quase quatro vezes maior que o registrado no Brasil. A migração crescente


para a cidade contribuiu significativamente para esse aumento populacional. Contudo, o número de crianças e jovens está diminuindo, enquanto o de idosos está aumentando. A proporção de


pessoas com menos de 20 anos caiu de 25,7% em 2010 para 20,9% em 2022. A de maiores de 70 anos aumentou de 4,8% para 7,6%. “É uma questão estrutural que afeta os estados do Sul. Há cada vez


menos jovens e a população está envelhecendo”, explica Marinho, do CLP. A idade mediana dos moradores de Florianópolis em 2022 era de 36 anos, um ano a mais do que a média brasileira e


catarinense. O forte aumento populacional também tem pressionado os preços dos imóveis na cidade. Em julho, o metro quadrado era o quarto mais caro do país, segundo o índice FipeZap: R$ 11,4


mil. À frente estão outras três cidades catarinenses: Balneário Camboriú, Itapema e Itajaí. Nos últimos 12 meses, a valorização dos imóveis foi de 10,77%, 2,4 vezes maior do que o IPCA, a


inflação oficial. Em bairros como o Centro, a alta nos preços foi ainda mais acentuada, chegando a 36,4%. Os preços dos aluguéis residenciais também aumentaram acima da inflação oficial, com


alta de 8,76% em 12 meses. AS 10 CIDADES MAIS COMPETITIVAS DO BRASIL * Florianópolis (SC) * São Paulo (SP) * Vitória (ES) * Porto Alegre (RS) * Barueri (SP) * São Caetano do Sul (RS) *


Curitiba (PR) * Campinas (SP) * Maringá (PR) * São Sebastião (SP)