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O dólar fechou perto da estabilidade ante o real nesta quarta-feira (31) após sessão de ampla volatilidade e que chegou a levá-lo ao patamar de R$ 2,30, com o BANCO CENTRAL atuando três
vezes para conter a valorização da divisa e com o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, não oferecendo sinais de que reduzirá seu estímulo monetário em breve. Em julho, a divisa
norte-americana acumulou alta pelo terceiro mês consecutivo e os analistas continuam afirmando que seu viés é de alta, mas sem tanta força como a vista até agora diante da perspectiva de
intervenções do BC para evitar mais pressões inflacionárias. O dólar fechou com leve alta de 0,08%, a R$ 2,2824 na venda, sendo que na máxima do dia chegou a R$ 2,3029. Em julho, a divisa
acumulou alta de 2,27% e, desde maio, de 14%. "Não vejo uma alta tão forte do dólar no futuro próximo. Com certeza o viés é mais de alta do que de baixa, mas não é uma alta tão
expressiva", afirmou o economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho. Durante a manhã, o dólar chegou a registrar alta de quase 1 por cento, bastante influenciado pela briga na
formação da Ptax. Neste período, o BC realizou três leilões de swap cambial tradicional --equivalente a venda de dólares no mercado futuro--, numa atuação que não fazia há mais de uma
década. A última vez que a autoridade monetária fez três leilões de swap tradicional num mesmo dia foi em agosto de 2002 e, segundo operadores, a ação agora serviu para tentar segurar a
cotação. "O BC quer manter o câmbio por volta de 2,20 ou 2,30 reais para evitar uma pressão indesejável sobre a inflação ao longo dos próximos meses", afirmou Velho, ressaltando
que a autoridade monetária pode recorrer a atuações mais incisivas, como ofertas de dólares no mercado à vista, para conter a valorização do dólar. "Essa é a grande pergunta: se o BC
vai conseguir o dólar nesse nível. Eu acho que no curto prazo ele consegue, porque ainda tem ferramentas para fazer isso", acrescentou ele. No primeiro leilão, o BC vendeu o lote
integral de 30 mil contratos de swaps e, no segundo, ofertou a mesma quantidade e vendeu um pouco mais da metade. Logo em seguida, anunciou que faria outro leilão, mas de 15 mil contratos, e
acabou não vendendo nenhum deles. Mesmo assim, a moeda continuou a operar em alta. O dólar anulou os ganhos durante a tarde, entretanto, após o Fed informar que a economia continua se
recuperando mas ainda necessita de suporte, não oferecendo indicações de que uma redução no ritmo de aquisição de ativos seja iminente. A notícia aliviou expectativas de menor liquidez
mundial, que de manhã pesavam sobre os mercados diante dos dados que mostraram que a economia dos EUA expandiu mais do que o esperado."Como o Fed mantém o incentivo monetário, o dólar
tende a cair. Além disso, o BC fez 3 leilões de swap cambial. É uma somatória de notícias para derrubar o dólar", afirmou um operador de uma corretora brasileira.