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Tinha tudo para dar certo: uma comédia popular sobre um personagem carismático (o impagável bicheiro Giovanni Improtta), de uma novela de sucesso (Senhora do Destino, de 2004), dirigido e
estrelado por um cinéfilo tarimbado (José Wilker), com roteiro assinado por um novelista famoso (Aguinaldo Silva), produzido por um cineasta de renome (Cacá Diegues), com um bom orçamento
(R$ 5 milhões), grandes nomes da dramaturgia nacional (Milton Gonçalves, Hugo Carvana, Othon Bastos e Andréa Beltrão) e até algumas participações ilustres (Jô Soares, Paulo Goulart, Gregório
Duvivier e o próprio Cacá Diegues). Mas o longa Giovanni Improtta, que estreia nesta sexta-feira nos cinemas do país, "morre na casca". Quer dizer, as atuações não comprometem e
a produção é esmerada, mas o filme falha no principal pré-requisito de uma comédia: fazer rir. Não que dê vontade de chorar, mas, tirando algumas das folclóricas tiradas do personagem
principal, como "Lei de Smurf", ele desperta no máximo sorrisos amarelados. Pior: o ritmo é arrastado, dando a impressão de que a produção dura mais do que os 100 minutos que
aparecem na ficha técnica. O argumento e o roteiro, que giram em torno do desejo de aceitação social do bicheiro, também são fracos. Além das frases do protagonista, os destaques acabam
sendo o delegado vivido por André Mattos (que também atuou em Senhora do Destino), o vereador evangélico Pastor Franklin, interpretado por Thelmo Fernandes, e alguns momentos do mafioso
Ozires, papel de Milton Gonçalves. Em entrevista por telefone à Gazeta do Povo, José Wilker o comentarista oficial do Oscar na TV Globo se disse preparado para ser "vidraça" no
lugar de "pedra": "Me sinto muito confortável. Eu não acredito no analista freudiano, que encontra o paciente no elevador e finge que não vê", compara. "A crítica é
parte do processo de criação, eu só tenho a ganhar lendo críticas. Nós devemos à crítica a existência de um Van Gogh, de um Michelangelo. Mas eu faço uma distinção entre crítica e desaforo.
Este último eu relevo, passo batido."