Clarineteando com sérgio albach

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A coluna de hoje foi fácil. O Sérgio Albach a escreveu para mim. Quem é ele. Ora, liste os cinco melhores clarinetistas de música popular brasileira e Albach estará entre eles. O quê? Alguém


grita que ele estaria entre os três melhores. Tudo bem, não vamos brigar por isso. O fato é que Albach, para nossa sorte e deleite, mora em Curitiba e está lançando o CD Clarineteando. O


músico já apareceu em dezenas de gravações, mas este é o seu trabalho-solo, acompanhado pelo Trio de Ouro Catuaba Brasil (Daniel Migliavacca, no bandolim; Fabiano Silveira "o


Tiziu", no violão de sete cordas; e Cristina Loureiro, na percussão). O show de lançamento será no Oratório Bach do Bosque Alemão (no bairro Jardim Schaffer), no próximo domingo, às 11


horas. Albach fala O mote principal deste CD é a reunião de obras que eu fui recebendo dos amigos. Realmente um privilégio a reunião desse acervo que, espero, vai ser difundido nas rodas de


choro e no repertório clarinetístico brasileiro. 1. "Haja Fôlego" – Música composta por Walter Scheibel, bandolinista que foi do saudoso Regional do Janguito. Uma composição dada a


mim como um desafio por não dar espaço para respirar. 2. "O Profeta do Choro" – Julião Boêmio fez a música para mim, colocando meu apelido dos tempos que andava com barbas e


cabelos compridos. Como curiosidade, é a única faixa lenta do autor. 3. "Serjão em Viena" – Luciano Lima compôs esse choro usando o tema do Quinteto de Mozart para Clarinete e


Quarteto de Cordas, depois de saber que eu iria gravar o "Varietal", música que ele havia feito e renegado. Como gosto, gravei duas músicas do Luciano. 4. "Baião


Atleticano" – Música de Cláudio Menandro. Ele fez esse baião para mim em 2002. Já tem um registro no CD Sombra e Água Fresca, mesmo assim regravei-o com uma abertura para improvisação


na última volta ao tema. 5. "Albachiano" – João Egashira compôs essa música para um festival do Clube do Choro, brincando com o título das Bachianas, de Villa-Lobos. Tirou o


primeiro lugar no concurso. Detalhe: quem votava era o público e, casualmente, naquele dia havia muitos Albachs na plateia! No registro, executo o Solfegietto, de C. Ph. E. Bach,


misturando-o com o tema do choro. 6. "Devassa" – Choro lento de Fabiano Silveira, "o Tiziu", dedicou a mim, é a primeira música de uma trilogia que ainda está inacabada.


7. "Choro Inoportuno" – É um choro-bossa que o Vicente Ribeiro me deu para tocar nos idos de 1994, ainda no início do Conservatório de MPB. Ele o escreveu à mão durante um ensaio


da Orquestra à Base de Sopro. Eu fiquei impressionado, pois é uma música muito complexa para sair solfejando e lembrando da harmonia. 8. "Clarineteando" – Choro ligeiro de Daniel


Migliavacca, dedicado a mim, e que dá nome ao CD com um arranjo meu para clarinete, clarone e pandeiro, para dar uma roupagem diferente da gravação do CD do clube do choro 2007. 9.


"Estudo para Clarinete e Guitarra" – Luis Otávio Almeida compôs essa música em forma de valsa-choro, com as partes de clarinete e do violão todas escritas. Um desafio. 10.


"Segura o Sérgio" – Choro dedicado a mim por Waltel Branco, porque o decorei de um dia para o outro, tocando numa apresentação com o maestro. Isso foi por volta de 1996.


Inesquecível. A música já foi gravada no CD de Cláudio Menandro e no da Orquestra à Base de Sopro, Mestre Waltel (2007). 11. "Na Catêga" – Gabriel Schwartz fez choro meio bossa


nova, cujo nome é uma gíria muita usada por mim nos ensaios da Orquestra À Base de Sopro. Acabou virando o nome da minha produtora. Gabriel assina também a direção do CD. 12. "Choro pro


Albach" – Choro lento de Mané Silveira, com harmonia moderna, espaço para a improvisação. O Mané, quando soube do projeto que eu iria fazer, fez questão de participar e mandou a bela


composição. 13. "Varietal" – Luciano Lima escreveu essa música, que se refere ao vinho feito de uma única uva. Como uma música descritiva, pode ser comparada à evolução do vinho


depois de aberto e que vai se transformando. 14. "Chorandinho em 3 por 4" – Composição de Osiel Fonseca, originalmente escrita para eu tocar com o João Egashira, parceiro de muitos


anos na trilha do choro. Essa valsa tão bela do saudoso Osiel estava engavetada.