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Certificado de Originalidade Para um observador menos avisado, avistar um carro com placa preta na rua pode ser motivo de estranheza. Todavia, mal sabe a pessoa que aquele pedaço de metal de
cor escura com letras brancas é o objeto de desejo da grande maioria dos colecionadores de carros antigos. Em 1997, a Lei 9503 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabeleceu que os
veículos antigos, nacionais e estrangeiros, com mais de 30 anos e que mantenham suas características originais, seriam diferenciados dos demais automóveis por meio da placa preta. O objetivo
da legislação é preservar a memória automobilística, medida que já era adotada em diversos países do mundo antes do Brasil. O processo de pedido da placa preta tem, praticamente, duas
etapas. Primeiro, o proprietário do automóvel precisa procurar um clube de colecionador credenciado pelo Denatran ou pela Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA) e autorizado a
emitir o laudo chamado Certificado de Originalidade. Os profissionais vão avaliar detalhadamente todos os itens do carro. Além da originalidade das peças, o veículo precisa obter, no mínimo,
80 pontos. O processo não demora mais de uma semana. "O modelo precisa ser original de fábrica, se tiver modificação na cor ou no motor, por exemplo, nem fazemos a avaliação",
afirma Ciro Marques, presidente do Puma Clube do Brasil, autorizado a realizar a avaliação. "Se a roda não for original ou o friso estiver com problema, também perde
pontos". Geralmente, cada clube faz a avaliação dos seus modelos. Essa medida facilita o trabalho, já que é fundamental um bom e amplo conhecimento do modelo em questão. Caso o
automóvel seja aprovado, o proprietário, com o laudo em mãos, precisa ir ao Detran e solicitar a autorização da placa preta. "Dai, a coisa já é mais burocrática", diz Marques,
fazendo ressalva de que o processo pode demorar algum tempo. Se o veículo não alcançar a pontuação miníma, o dono tem 30 dias para fazer as mudanças necessárias e retornar ao clube. Há cinco
anos, o corretor de imóvel Emerson Janoski passou com louvor pelo processo. O seu Ford Maverick GT 74 foi aprovado com 98% de originalidade. "A placa é importante pois garante a origem
e também dá status para o veículo", aponta. CUSTO O gasto que o dono de um carro antigo terá para conseguir a placa preta é de aproximadamente R$ 250, entre emissão do laudo e gastos
com o Detran. Cada entidade avaliadora tem uma tabela. No caso do Puma Clube do Brasil, a taxa para avaliação e emissão do laudo é de R$ 100. Já as taxas dos órgãos responsáveis pela emissão
da autorização de uso giram em torno de R$ 120. Além disso, anualmente, como existe a legislação, o carro precisa ser reavaliado e uma nova autorização emitida. Segundo o presidente do Puma
Clube do Brasil, esse fato tem afastado os colecionadores da placa preta. "Isso é um complicador. As pessoas estão deixando de tirar a placa preta pelo incomodo que tem todo ano, além
dos gastos", explica. O próprio Marques não tem interesse em solicitar a permissão para o seu Puma. "Não existem vantagens perante a lei. Apenas mesmo a questão do status e a
valorização do veículo", resume.