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Publicado em 10/03/2018 16h59 ‘TIRARAM TUDO DE MIM’, DIZ ESPOSA DE POLICIAL EXECUTADO COM 30 TIROS DE FUZIL EM PONTA PORÃ Esposa deve retornar para Brasília, onde reside a família dela e da
vítima: “Meu marido foi um herói e por isso é reconhecido nacionalmente”. G1 MS “Tiraram tudo de mim, minha vida, meu melhor amigo. Não estou sabendo como lidar, preciso de toda a ajuda
possível, principalmente que orem pela passagem do meu amor. Posso dizer, com toda a certeza desse mundo, que meu marido foi um herói e por isso é reconhecido nacionalmente, pelo excelente
trabalho que sempre fez”. O depoimento emocionado ao G1 é da esposa do investigador Wescley Vasconcelos Dias, de 37 anos, executado há 3 dias, em Ponta Porã, a 326 km de Campo Grande. Renata
Martinez Vasconcelos, de 32 anos, ficou cerca de 3 anos no município e deve retornar para Brasília, onde reside a família dela e da vítima. Ainda muito abalada, ela ressaltou o quanto o
marido era um homem muito bondoso e íntegro. “Sou muito grata por ter tido o privilégio de viver com ele todos esses anos e aprender todos os dias. Agora, seguirei junto ao nosso filho, que
falou que o papai dele é o nosso super herói, ele virou estrelinha, está ao lado do papai do céu”, comentou. A família do investigador está recebendo apoio do Sindicato da Polícia Civil de
Mato Grosso do Sul (Sinpol-MS). “Muitos policiais estão mobilizados, querem ajudar de alguma forma. Nós então disponibilizamos uma conta bancária para a categoria e a sociedade em geral. A
esposa e o filhinho retornarão para a cidade Natal e nossa ação solidária é para ajudar nas despesas do velório, translado e sepultamento”, afirmou o presidente Giancarlo Miranda. Quem
quiser contribuir pode contribuir em uma conta do Banco do Brasil: agência: 4211-0 e conta corrente: 1006-5 OPERAÇÕES A forças de segurança pública de Mato Grosso do Sul estão mobilizadas na
região de fronteira, para elucidar a execução da vítima. Segundo o delegado Lucas Soares, titular da 1ª delegacia em Ponta Porã, operações estão sendo realizadas, além de vigilância
constante. “Nós estamos tendo o apoio de diversas delegacias especializadas, como Garras, Denar, GOI e também de outras cidades do estado. A vigilância é constante aqui e no Paraguai, com
operações também a serem realizadas pelo serviço de inteligência, PRF e DOF na região de Mundo Novo até Bela Vista, com buscas e abordagens a suspeitos”, afirmou o delegado. A investigação
sobre a morte de Wescley é mantida em sigilo, porém, já existe uma linha em andamento. A vítima foi ferida com 30 tiros de fuzil e o caso está sob a responsabilidade da Delegacia
Especializada em Repressão à Homicídios (DEH) e Delegacia Regional de Ponta Porã. HOMENAGENS Durante a cerimônia, um helicóptero da Polícia Civil sobrevoou o cemitério, jogando flores. A
irmã do policial, Fabíola Vasconcelos Dias, resumiu o sentimento dos amigos e parentes. “É uma dor imensurável”, disse ela. “Ainda estamos sem acreditar. Nos apegamos no orgulho do pai, do
irmão que ele foi. Ele fez toda diferença”. Ana Paula Vasconcelos, tia do investigador, pediu justiça. Segundo ela, policiais que trabalhavam com o sobrinho contaram que ele estava
investigando “alguém grande” e que isso acabou incomodando os traficantes da região. “Ele foi um homem honrado e honesto até o fim. Nunca se corrompeu e, talvez por isso, tenha pago com a
própria vida.” ENTENDA O CASO Wescley era policial civil e foi executado em emboscada no caminho entre a delegacia onde ele era lotado e a casa dele, que são distantes cerca de 600 metros.
Ele estava em uma viatura descaracterizada junto com uma estagiária e tinha saído da delegacia para buscar algo em casa. A jovem foi atingida de raspão e passou por cirurgia no Hospital
Regional de Ponta Porã. Colegas que se formaram com a vítima ressaltaram que ele era dedicado e, em pouco tempo, assumiu serviço de inteligência.