Qual a relação entre amputações e diabetes? Descubra a diferença entre os tipos da doença e como se cuidar

feature-image

Play all audios:

Loading...

MC Danilo Boladão, um cantor de funk conhecido no litoral de São Paulo, enfrentou complicações graves decorrentes da diabetes tipo 1, doença diagnosticada em 2005. Recentemente, após oito


dias de internação, ele teve o quarto dedo do pé esquerdo amputado. Essa não é a primeira vez que o artista passa por uma amputação; esta é a quarta vez que enfrenta tal procedimento devido


às complicações da diabetes. A necessidade da cirurgia mais recente surgiu de uma infecção em uma unha encravada, complicada pela sua condição diabética. Além da diabetes, Danilo também é


diagnosticado com doença arterial obstrutiva periférica (Daop), que reduz o fluxo sanguíneo para os membros e pode agravar complicações como essas. ENTENDENDO A DIABETES TIPO 1 O nutrólogo


Ronan Araujo, explica que a diabetes tipo 1 é uma condição autoimune em que o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina, um hormônio essencial para o transporte de glicose para dentro


das células, resultando em níveis elevados de açúcar no sangue. Esta forma de diabetes é geralmente diagnosticada em jovens e requer gestão através de monitoramento constante dos níveis de


glicose e administração regular de insulina. A compreensão desta condição é fundamental para reconhecer os desafios enfrentados pelos indivíduos afetados e a importância de uma gestão


cuidadosa. A RELAÇÃO ENTRE DIABETES E AMPUTAÇÕES A relação entre diabetes e amputações é complexa e diretamente ligada às complicações crônicas que a diabetes pode causar se não for


devidamente controlada. Em essência, o alto nível de glicose no sangue característico da diabetes pode levar a danos em vários sistemas do corpo, especialmente os vasos sanguíneos e nervos,


resultando em uma condição conhecida como neuropatia diabética e doença vascular periférica, ambos fatores de risco significativos para amputações. A neuropatia diabética ocorre quando o


excesso de glicose no sangue danifica as fibras nervosas do corpo. Isso é particularmente comum nos pés. A perda de sensação nos pés devido à neuropatia significa que cortes, feridas ou


outras lesões podem não ser notados imediatamente. Sem o tratamento adequado, essas pequenas lesões podem se transformar em infecções graves ou úlceras. LEIA TAMBÉM: Mês da conscientização:


conheça 4 mitos e verdade sobre os tipos de diabetes A diabetes também pode afetar os vasos sanguíneos, causando a doença vascular periférica, que reduz o fluxo sanguíneo para os pés. Sem um


suprimento de sangue adequado, as pequenas feridas ou infecções têm dificuldade em cicatrizar. Isso pode levar ao desenvolvimento de úlceras e, eventualmente, à necrose (morte do tecido),


aumentando o risco de amputação. “Quando uma infecção se torna grave e não responde ao tratamento, ou quando há necrose significativa do tecido, a amputação pode ser considerada necessária


para salvar a vida do paciente, removendo tecido morto ou infectado para prevenir a propagação da infecção. Em pacientes com diabetes, amputações dos membros inferiores, especialmente dos


pés e dos dedos do pé, são mais comuns devido às complicações mencionadas”, destaca Ronan. DIFERENÇAS ENTRE DIABETES TIPO 1 E TIPO 2 Enquanto a diabetes tipo 1 é uma condição autoimune, a


tipo 2 é caracterizada pela resistência à insulina ou pela produção insuficiente de insulina pelo pâncreas. A diabetes tipo 2 é mais prevalente e frequentemente associada a fatores de estilo


de vida, como obesidade e inatividade física. Ambos os tipos podem levar a complicações graves se não forem adequadamente controlados, sublinhando a necessidade de educação e intervenção


precoce. “A gestão eficaz da diabetes envolve uma combinação de monitoramento rigoroso dos níveis de glicose, dieta equilibrada, exercício regular e, quando necessário, medicação. A educação


dos pacientes sobre a doença e estratégias de autocuidado é crucial para evitar complicações. Para indivíduos com qualquer tipo de diabetes, adotar um estilo de vida saudável pode


significar a diferença entre viver bem com a doença ou enfrentar complicações sérias e potencialmente fatais”, orienta o nutrólogo.