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(FOLHAPRESS) - A PRIMEIRA TURMA DO STF (Supremo Tribunal Federal) julga nesta terça-feira (20) o RECEBIMENTO DA DENÚNCIA DA PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o núcleo da trama
golpista composto por militares acusados de PLANEJAR O ASSASSINATO DO MINISTRO Alexandre de Moraes. Os militares das Forças Armadas, porém, podem se tornar réus sem que a Polícia Federal
tenha concluído a investigação sobre o plano clandestino batizado de "Copa 2022". Os investigadores identificaram somente 2 dos 6 suspeitos de arquitetar o assassinato do ministro
-os tenentes-coronéis Rafael de Oliveira e Rodrigo Azevedo. O núcleo militar é considerado o mais sensível pela cúpula do Exército por ser composto por oficiais de altas patentes, mas com
diferentes posições na Força. São dois generais, quatro coronéis e cinco tenentes-coronéis, além de um policial federal. O grupo é dividido em duas frentes. A primeira é acusada de planejar
o assassinato de Moraes, com monitoramento de sua localização. A segunda é denunciada por apoiar os planos golpistas discutidos no centro do governo de JAIR BOLSONARO (PL), responsável ainda
por pressionar os chefes militares a aderir às conspirações contra a posse de LULA (PT). A denúncia da PGR diz que um grupo de seis pessoas, disfarçadas em codinomes, colocou em prática o
plano para prender e matar Moraes. Os investigadores da PF identificaram que os seis suspeitos de planejar o assassinato do ministro conversavam em grupo no aplicativo Signal. As trocas de
mensagens e a geolocalização de um dos suspeitos, segundo a denúncia, mostram que o grupo estava a postos para executar o plano em 15 de dezembro de 2022. Os suspeitos estavam divididos em
regiões de Brasília. Um deles, sozinho e a pé, estava na frente da casa de Moraes. Era uma quinta-feira e, por volta de 20h30, a sessão do Supremo foi encerrada. Às 20h59, o suposto líder da
operação clandestina disse para o grupo: "Abortar? Áustria? volta para local de desembarque? estamos aqui". A investigação da Polícia Federal concluiu que o "Copa 2022"
era a execução do PLANO "PUNHAL VERDE AMARELO", documento feito pelo general Mario Fernandes que descrevia em detalhes o plano para assassinar Moraes. Segundo a denúncia, há
evidências que ligariam os dois planos. A principal delas é que o Punhal Verde Amarelo previa a compra de seis celulares descartáveis para anonimizar os militares -a quantidade dos telefones
e o método para esconder os executores do crime foram utilizados no "Copa 2022". Outra prova que vincularia os dois planos é o fato de o tenente-coronel Rafael de Oliveira ter se
encontrado com o general Mario Fernandes, no Palácio do Planalto, dias antes do monitoramento de Moraes. A POLÍCIA FEDERAL ainda não conseguiu avançar na investigação sobre o plano de
assassinato. Além de não ter reconhecido 4 dos 6 integrantes do grupo, a explicação dada pelos investigadores para a decisão de abortar a ação tem sido questionada. Em nota, a PF disse que
"a investigação ainda está em curso, assim como a análise de alguns telefones celulares [apreendidos]". Ao julgar o recebimento da denúncia, o Supremo analisa se a acusação tem
indícios mínimos para ser levada adiante. O mérito da peça só é avaliado mais tarde, após ai instrução e depoimentos de testemunhas e réus. O núcleo alvo dessa parte da denúncia é formado
por 11 militares e um policial federal. São eles: Bernardo Romão Correa Neto (coronel), Cleverson Magalhães (coronel), Estevam Theophilo (general da reserva), Fabrício Moreira de Bastos
(coronel), Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel), Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel), Nilton Diniz Rodrigues (general), Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel), Rodrigo Bezerra de
Azevedo (tenente-coronel), Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel), Sérgio Ricardo Cavaliere (tenente-coronel) e Wladimir Matos Soares (policial federal). A maior parte dos
acusados desse grupo é composta por oficiais de alta patente que teriam participado de uma reunião em novembro de 2022 na qual, segundo a acusação, foram elaboradas estratégias para
pressionar os chefes militares a apoiar um golpe de Estado. O encontro ocorreu na noite de 28 de novembro de 2022 no salão de festas do prédio em que morava o coronel Márcio Nunes de Resende
Júnior, em Brasília. Era uma segunda-feira, dia que marcava o início das reuniões do Alto Comando do Exército naquela semana, quando a cúpula da Força se encontrava na capital federal. O
procurador-geral da República, PAULO GONET, diz que os cinco militares presentes no encontro tentaram "desenvolver estratégia de pressão sobre os comandantes renitentes [aos planos por
um golpe]". A prova usada pela acusação seria uma mensagem enviada entre dois coronéis, enquanto a reunião acontecia, com "ideias-força" supostamente definidas no encontro. O
texto destaca a falta de coesão dentro do Exercito e a necessidade de o comandante do Exército conversar com os presidentes dos Poderes Legislativo e Judiciário sobre a situação do país.
SIGA NOSSO CANAL NO WHATSAPP E RECEBA NOTÍCIAS RELEVANTES PARA O SEU DIA A versão da PGR é contestada pelas defesas dos acusados e pelo tenente-coronel Mauro Cid em sua colaboração premiada.
"Eu gostaria de caracterizar essa reunião como conversa de bar. Bate-papo de bar. Ninguém apresentou documento, ninguém sentou para organizar [a pressão sobre os comandantes]",
disse o delator ao ministro Alexandre de Moraes.