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O ex-líder do Sinn Féin irlandês, Gerry Adams, obteve 100.000 euros (639 mil reais) em conceito de danos e prejuízos após ganhar, nesta sexta-feira (30) em Dublin, um julgamento por
difamação contra a BBBC. O júri do Alto Tribunal de Dublin considerou que um programa que BBC transmitiu em 2016, no qual uma testemunha afirmava que Adams aprovou o assassinato de um
espião britânico em 2006, era difamatório. O tribunal também considerou que o veículo britânico não atuou "de boa fé ou de maneira justa e razoável". Devido a isso, a BBC deverá
indenizar Gerry Adams, que, entre 1983 e 2018 dirigiu o Sinn Féin, um partido que defende a reunificação da Irlanda. Os fatos se referem a um episódio de um programa de investigação da BBC
sobre a Irlanda do Norte, veiculado em 2016. Em tal episódio, uma testemunha anônima acusava Adams de ter tido a "última palavra" sobre o assassinato de Denis Donaldson, um dos
dirigentes de seu partido, algo que o político sempre negou. Em 2005, Gerry Adams revelou em uma coletiva de imprensa que Donaldson espionava dentro do Sinn Féin para o MI5, a agência de
inteligência britânica. Esse homem, de 55 anos, que reconheceu ter trabalhado como agente britânico, foi encontrado morto a tiros alguns meses depois, perto da fronteira da Irlanda do
Norte. O grupo paramilitar Exército Republicano Irlandês Autêntico, "Real IRA", assumiu a responsabilidade em 2009. Adams acusa a BBC de não ter respeitado suas normas editoriais
e de ter danificado gravemente sua reputação com esse "ataque injustificado". A rede britânica, por sua vez, afirmou ter atuado "de boa fé" e "no interesse do
público". Segundo a BBC, outras cinco pessoas corroboram a acusação, que foi apresentada no programa como uma afirmação, sem que fosse um fato comprovado. O ex-líder político, de 76
anos, processou o grupo audiovisual britânico ante a Justiça irlandesa, já que o programa e um artigo relacionado foram divulgados nesse país. Mais de 3.600 pessoas morreram durante as três
décadas do conflito na Irlanda do Norte, que foi finalizado com o acordo de paz de 1998. Gerry Adams, que foi um dos negociadores desse acordo, sempre negou ter sido membro do IRA.
pmu-cla-adm/psr/pc/dd/aa