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O governo argentino dissolveu nesta terça-feira (20) uma comissão responsável por investigar o suposto esquema de fraude com a criptomoeda $LIBRA, promovida pelo presidente Javier Milei
pouco antes de gerar perdas milionárias. A comissão havia sido criada em fevereiro por iniciativa do próprio Poder Executivo, quando o escândalo estourou depois que Milei promoveu o
lançamento da $LIBRA em suas redes sociais. A criptomoeda, que estava avaliada em US$ 0,01 (R$0,057 na cotação atual), foi negociada a cerca de US$ 5 (R$ 28) após a mensagem do presidente, e
entrou em colapso após vendas generalizadas horas depois. A suspeita é que alguns investidores podem ter tido informações privilegiadas para liquidar suas participações na $LIBRA antes da
queda da moeda virtual. Segundo o decreto publicado no Diário Oficial nesta terça-feira, o governo eliminou a comissão investigativa "por ter cumprido a tarefa que lhe foi
encomendada". Tal atribuição incluiu a coleta de relatórios da Comissão Nacional de Valores, do Banco Central e de outras agências e escritórios oficiais para serem encaminhados ao
Ministério Público Fiscal. A comissão dissolvida era presidida pela chefe de assessores do Ministério da Justiça e operava no âmbito do Executivo, o que causou polêmica visto que o
presidente estava envolvido no caso. "Não tenho nada a esconder (...) Eu não promovi, eu difundi", declarou Milei à imprensa, a fim de elucidar suas responsabilidades. Ele
acrescentou que "não estava ciente dos detalhes do projeto" da criptomoeda. O caso desencadeou uma denúncia judicial e também está sendo investigado pela Justiça dos Estados
Unidos. Como parte da queixa, a juíza María Servini ordenou na semana passada que o Banco Central fornecesse informações sobre as operações realizadas pelo presidente e sua irmã, a
secretária presidencial Karina Milei. Ela também solicitou relatórios sobre operações bancárias e do mercado de ações de empresários ligados à criptomoeda. O Congresso formou uma comissão
parlamentar investigadora e convocou o chefe de gabinete, Guillermo Francos, para explicar o caso. Francos, que respondeu às perguntas dos legisladores em 29 de abril, negou que o caso fosse
uma fraude e pediu que se aguardasse o andamento da investigação judicial. O ministro da Economia, Luis Caputo, o ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, e o chefe da Comissão Nacional
de Valores, Roberto Silva, também foram convocados pelo Congresso, mas apresentaram um pedido de desculpas por escrito. sa/lm/ad/yr/am