Câmara aprova projeto que prevê regras para negociação de moedas virtuais - diário do poder


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CONTRA ESTELIONATO E LAVAGEM DE DINHEIRO TEXTO PRETENDE COIBIR CRIMES DE ESTELIONATO E LAVAGEM DE DINHEIRO RELACIONADOS À TRANSAÇÃO DE ATIVO VIRTUAL 09/12/2021 10:36 | Atualizado 09/12/2021


10:36 ACESSIBILIDADE: text_increase text_decrease A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (8) o Projeto de Lei 2303/15, do deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), que prevê a


regulamentação, por órgão do governo federal, da prestação de serviços de ativos virtuais. A proposta, aprovada na forma do substitutivo do relator, deputado Expedito Netto (PSD-RO), será


enviada ao Senado. De acordo com o texto, serão consideradas prestadoras de serviços de ativos virtuais as pessoas jurídicas que executam serviços como troca, em nome de terceiros, de moedas


virtuais por moeda nacional ou estrangeira; troca entre um ou mais ativos virtuais; transferências deles; custódia ou administração, mesmo que de instrumentos de controle; e participação em


serviços financeiros e prestação de serviços relacionados à oferta por um emissor ou venda de ativos virtuais. O projeto considera ativo virtual a representação digital de valor que pode


ser negociada ou transferida por meios eletrônicos e utilizada para realização de pagamentos ou com propósito de investimento. Ficam de fora as moedas tradicionais (nacionais ou


estrangeiras), as moedas estrangeiras (recursos em reais mantidos em meio eletrônico que permitem ao usuário realizar pagamentos por cartões ou telefone celular), pontos e recompensas de


programas de fidelidade, e valores mobiliários e ativos financeiros sob regulamentação já existente. “A Receita Federal já reconhece mais de R$ 127 bilhões sendo transacionados no Brasil e a


falta de regulamentação provocou a possibilidade de fraudes”, disse Aureo Ribeiro. Já o relator, deputado Expedito Netto, afirmou que “o projeto defende a moeda digital e pretende tornar


esse mercado mais seguro e amplo, valorizando o investimento”. BANCO CENTRAL Por ser um projeto de iniciativa de parlamentar, o relator explicou que não foi possível citar explicitamente que


será o Banco Central o órgão regulamentador, mas é quase certo que será este o indicado pelo Poder Executivo. O órgão regulador estabelecerá condições e prazos, não inferiores a seis meses,


para a adequação às regras do projeto por parte das prestadoras de serviços de ativos virtuais que estiverem em atividade. Entre as atribuições do órgão regulador estão: – autorizar o


funcionamento, a transferência de controle e outras movimentações acionárias da prestadora de serviços de ativos virtuais; – estabelecer condições para o exercício de cargos em órgãos


estatutários e contratuais em prestadora de serviços de ativos virtuais; – supervisionar essas prestadoras; – cancelar, de ofício ou a pedido, as autorizações; e – fixar as hipóteses em que


as atividades serão incluídas no mercado de câmbio ou deverão se submeter à regulamentação de capitais brasileiros no exterior e capitais estrangeiros no País. PENALIDADES O texto aprovado


acrescenta, no Código Penal, um novo tipo penal de estelionato, atribuindo reclusão de 4 a 8 anos e multa para quem organizar, gerir, ofertar ou distribuir carteiras ou intermediar operações


envolvendo ativos virtuais, valores mobiliários ou quaisquer ativos financeiros com o fim de obter vantagem ilícita em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante


artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento. LAVAGEM DE DINHEIRO Na Lei de Lavagem de Dinheiro, o texto inclui os crimes realizados por meio da utilização de ativo virtual entre


aqueles com agravante de 1/3 a 2/3 a mais da pena de reclusão de 3 a 10 anos, quando praticados de forma reiterada. Segundo o projeto, as empresas deverão manter registro das transações para


fins de repasse de informações aos órgãos de fiscalização e combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro. DIRETRIZES O PL 2303/15 estabelece como diretrizes do mercado princípios


como boas práticas de governança e abordagem baseada em riscos; segurança da informação e proteção de dados pessoais; e proteção e defesa de consumidores e usuários; além da prevenção à


lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e ao financiamento da proliferação de armas de destruição em massa, em alinhamento com os padrões internacionais. (Agência Câmara de


Notícias)