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O novo Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) FOI APROVADO na última terça-feira (20), em reunião do Conselho Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A versão final do plano reconhece a importância de direitos para os pós-graduandos, inclusive o acesso à previdência. Além disso, conta com uma série de objetivos e metas para superar as
dificuldades vividas pelas instituições nos últimos anos. Os IMPACTOS DA PANDEMIA DE COVID-19 e o sucateamento das estruturas das universidades públicas estão entre as demandas de entidades
que representam o setor. Esse é o sétimo PNPG elaborado. O primeiro data de 1975 e, apesar das seis edições anteriores do Plano, a discussão sobre direitos trabalhistas e previdenciários
nunca havia sido registrada até agora. “Precisamos aprovar uma cesta de direitos básicos, porque acabamos sendo estudantes e trabalhadores ao mesmo tempo. Uma das coisas que a gente acha
fundamental é de fato o reconhecimento do Estado desse caráter híbrido do pós-graduando (como estudante e trabalhador). Esse vai ser o 6º plano, mas nunca tinha sido mencionada a expressão
‘direitos previdenciários’ ou ‘direitos trabalhistas’”, relata o presidente da ANPG, Vinícius Soares. A ideia é incluir uma alíquota especial que o tempo dedicado à pesquisa em instituições
de ensino superior seja contabilizado no futuro para as respectivas aposentadorias. Uma série de projetos de lei nesse sentido tramitam no Congresso Nacional. O PL 675/2022 foi aprovado em
agosto de 2023 pela Comissão de Educação do Senado. A proposta aguarda desde então a votação em plenário. Na Câmara, a proposta mais adiantada é o PL 974/2024. Com análise conclusiva pelas
comissões, ou seja, sem passar pelo plenário da Casa, a matéria está desde abril de 2024 parada na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família (CPASF). Para
viabilizar essa e outras demandas trazidas no plano, além de negociar com o Congresso Nacional o avanço dos projetos de lei, a Capes também negociará com o Executivo mudanças pontuais.
Internamente, também é possível haver modificações, como os ajustes propostos nos sistemas de avaliação interna, que pode ser alterado pelo conselho técnico da entidade. DIAGNÓSTICO O novo
plano atualiza o diagnóstico da pós-graduação brasileira e apresenta recomendações para seu avanço. No caso da pandemia de Covid-19, um dos dados apresentados pela Associação Nacional de
Pós-Graduandos (ANPG) é de que pelo menos 40 mil pós-graduandos ficaram represados — não conseguiram concluir no tempo correto a pós-graduação. “Uma das coisas que a ANPG levou para a
discussão é como a gente poderia constituir uma pós que ficasse mais atrativa e viável. Infelizmente, devido a toda a conjuntura da pandemia, do desmonte, a pós-graduação acaba não ficando
tão atrativa, até mesmo pelo valor das bolsas de mestrado e doutorado”, ressalta Vinícius. Hoje, um pós-graduando bolsista da Capes recebe, para mestrado, R$ 2.100,00, e para doutorado, R$
3.100,00. Até 2023, os estudantes precisavam ter dedicação exclusiva às tarefas como bolsistas, porém, sem nenhum direito assegurado. TEMÁTICAS Outros temas abordados são equidade e
diversidade, assimetrias regionais, mobilidade internacional, avaliação, fomento, internacionalização e inovação. “Após sua publicação, nosso desafio será garantir que o plano se torne
realidade. Com a implementação, avançaremos na valorização da pesquisa, na melhoria das condições de formação e na inserção dos mestres e doutores no mercado de trabalho para além da
academia”, explicou Vinícius. Contatada pela reportagem, a CAPES informou que o plano passará por ajustes gráficos e de diagramação, e deve ser divulgado até o final de junho. A instituição
ressalta, ainda, que o PNPG tem vigência de 5 anos, ou seja, até 2029. Além disso, a CAPES informou à CNN que a articulação para viabilização das propostas já iniciou. “A CAPES tem dialogado
com o Congresso por meio de sua assessoria parlamentar juntamente com a ANPG, tendo em vista que o PNPG apresenta diretrizes e recomendações, mas não altera a legislação”, ressalta a nota.