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A conta de luz vai ficar mais cara no mês de junho com o anúncio da bandeira vermelha patamar 1 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O reajuste já deve ter um reflexo imediato
para a inflação do mês. Mas o que analistas ouvidos pela CNN indicam é que o sinal dado pela agência já adianta como deve ficar o cenário até o fim do ano. Andréa Angelo, estrategista de
inflação da Warren Investimentos, recebeu sem surpresa a tarifa anunciada para junho e adianta que já é esperada bandeira vermelha patamar 2 - a mais cara do sistema adotado pela Aneel -
para o mês de julho. "Ainda vai piorar. Energia será o destaque nas próximas divulgações do IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo]", afirma Angelo, ressaltando que o
brasileiro só deve voltar a ver a bandeira verde - a mais barata - no mês de dezembro. Os custos de energia devem se destacar nas próximas divulgações de inflação pois, além do peso pesado
que representam para o bolso do consumidor, esta é uma despesa que tende a contaminar outras atividades que também afetam o cidadão comum. "Naturalmente, todas as cadeias produtivas que
são interligadas com energia vão ter que reajustar preços", pontua Ian Lopes, economista da Valor Investimentos. E apesar de a demanda de energia diminuir no inverno em comparação com
o verão, como observa Gilberto Braga, professor de economia do Ibmec-RJ, ainda assim a energia elétrica tem uma representatividade significativa "dentro da matriz de inflação e da
produtividade da economia brasileira". "A fixação da bandeira vermelha tem um impacto relevante na inflação e deve aumentar custo e insumo das empresas e peso no orçamento das
famílias. [...] Isso vai ser pago pelos consumidores nas contas com vencimento a partir de julho, e é mais um problema para administrar nesse momento de preços já pressionados", pondera
Braga. Angelo ressalta que o impacto da energia nos outros setores é de fato um fenômeno que deve ocorrer, mas que deve ser sentido mais pra frente, o que deve corroborar com o impacto
prolongado da energia no bolso do consumidor. Nesse meio tempo, porém, ela nota que os preços dos alimentos - sobretudo o das carnes - deve suavizar a situação para o consumidor.