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O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, rebateu nesta quarta-feira 23, em pronunciamento no Palácio do Planalto, as acusações de fraude nas
negociações do governo federal envolvendo a vacina Covaxin. A compra do imunizante indiano entrou na mira da CPI da Covid e do Ministério Público Federal. De acordo com o ministro, não houve
favorecimento a qualquer empresa, nem “sobrepreço ou compra alguma”. “Este governo está no trigésimo mês sem nenhum caso de corrupção e assim continuará. Gostem ou não, somos muito
diferentes deles”, disse Onyx. Ele fez duras críticas ao deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), irmão do servidor do Ministério da Saúde que depôs ao MPF e denunciou uma pressão para a
compra da vacina indiana. “Deputado Luís Miranda, Deus está vendo. Mas o senhor não vai só se entender com Deus, mas com a gente também. E vem mais. O senhor vai explicar e pagar pela
irresponsabilidade, pelo mau-caratismo, pela denunciação caluniosa e pela produção de provas falsas”, afirmou Onyx. No pronuncimanento, o ministro defendeu Jair Bolsonaro, a quem classificou
como “um presidente que bota seu joelho no chão e tem Deus no coração”. Em entrevista à _CNN Brasil_ nesta quarta, Luís Miranda disse que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello estava
ciente das POSSÍVEIS IRREGULARIDADES ENVOLVENDO SUPERFATURAMENTO DE CONTRATOS DA COVAXIN, mas que não teria agido ativamente por ter “amor à vida”. Ele tambem afirmou que o caso “é muito
pior” do que se imagina. “É algo gravíssimo, estamos falando de bilhões e as pessoas talvez estejam dispostas a calar qualquer um que entre no caminho. Talvez o Pazuello tenha amor à sua
vida e respeito à República. Porque um caso desses talvez dê uma balançada em toda estrutura”. Miranda diz ter se encontrado com Bolsonaro para tratar diretamente do assunto e recebido a
promessa de que tudo seria repassado à Polícia Federal. Ao portal_ Metrópoles_, o parlamentar declarou que encaminhou os alertas de um possível ato de corrupção a um secretário do presidente
da República. “Avise ao PR [presidente da República] que está rolando um esquema de corrupção pesado na aquisição das vacinas dentro do Ministério da Saúde. Tenho provas e as testemunhas.
Sacanagem da porra… a pressão toda sobre o presidente e esses ‘FDPs’ roubando”, teria escrito o parlamentar às 12h55 do dia 20 de março. Como resposta, o auxiliar de Bolsonaro enviaria uma
bandeira do Brasil. Uma hora depois, Miranda teria insistido: “Não esquece de avisar o presidente. Depois, não quero ninguém dizendo que eu implodi a República. Já tem PF e o caralho no
caso. Ele precisa saber e se antecipar”. Da mesma forma, a resposta viria com o símbolo nacional. Segundo o _Metrópoles_, dois dias mais tarde, 22 de março, Miranda encaminhou documentos
para o mesmo número do ajudante de ordens presidencial. “Meu irmão quer saber do presidente da República como agir”. Nesta quarta, Onyx Lorenzoni ainda disse que Bolsonaro determinou que a
Polícia Federal investigue os irmãos Miranda por denunciação caluniosa e fraude processual. Uma das linhas de defesa do governo é sustentar que o deputado e o servidor apresentaram uma nota
fiscal falsa de uma subsidiária da Bharat Biotech, desenvolvedora da Covaxin. Onyx também destacou que só haveria pagamento pela vacina após a entrega das doses acordadas.